Cuiabá pede "adoção de medidas rigorosas" à CBF após briga generalizada no Castelão

As equipes se enfrentaram no último domingo, 17, na Arena Castelão e a partida foi finalizada em 1 a 1 após confusão generalizada nas arquibancadas

14:40 | Out. 17, 2022

Por: Iara Costa
Brasil, Ceará, Fortaleza, 16.10.2022: Ceará x Cuiabá, Arena Castelão pelo Campeonato Brasileiro. Com confusão da torcida do Ceará e com pessoas dentro do campo. (Foto: Aurélio Alves/ O POVO) (foto: Aurélio Alves/O POVO)

O Cuiabá divulgou uma nota nesta segunda-feira, 17, onde repudia e pede "adoção de medidas rigorosas" após a confusão generalizada que ocorreu nas arquibancadas da Arena Castelão no último domingo. A equipe jogava em solo cearense diante do Ceará e os times empatavam em 1 a 1 quando, já nos acréscimos do segundo tempo, uma grande briga iniciada nas arquibancada fez com que torcedores invadissem o campo. 

A briga iniciou-se na parte superior da arquibancada do setor norte. Quando houve arremesso de cadeiras em direção ao campo e no setor inferior, torcedores tentaram se refugiar ao redor do campo, mas a situação saiu do controle quando, com intenção de correr atrás dos jogadores, outros presentes começaram a invadir o campo. 

Apesar das manifestações do Cuiabá, o presidente do Ceará, Robinson de Castro, explicou anteriormente à nota do adversário que entende que o clube contribuiu com medidas cabíveis junto aos órgãos responsáveis e que por isso não acredita que o clube será punido por perda de pontos. Ao mesmo tempo, ele considerou que o Alvinegro também não será punido por perda de mandos de campo no campeonato, uma vez que ele afirmou que a PM “isentou o Ceará de culpa”, e, portanto, não terá sanções severas.

 

Confira nota do Cuiabá sobre confusão na Arena Castelão: 

O Cuiabá Esporte Clube vem a público repudiar os atos de violência ocorridos ontem no Castelão, durante a partida contra o Ceará, e exigir punição rigorosa aos envolvidos.

Conforme a súmula do árbitro Caio Max Augusto Vieira, o jogo foi encerrado por falta de segurança. Diz o documento:

“Entrei em contato com o comandante geral do policiamento sr. Eduardo Souza Landim, tenente/coronel do batalhão bp choque, que não me deu garantia de segurança para reiniciar a partida. Após 13 minutos do início da invasão, decidi dar por encerrado a partida, por entender que não haveria garantia de segurança para o reinício da partida, pois haveria ainda 7 minutos por jogar referente ao restante do acréscimo do segundo tempo.”

O Regulamento Geral de Competições da CBF é claro quanto às medidas que devem ser tomadas em casos como o de ontem:

“Art. 19 – Uma partida só poderá ser adiada, interrompida ou suspensa caso ocorra, pelo menos, um dos seguintes motivos: I – falta de segurança; II – mau estado do gramado, de modo que a partida se torne impraticável ou perigosa; III – falta de iluminação adequada; 16 IV – ausência de ambulância no estádio; V – conflitos ou distúrbios graves no campo ou no estádio; VI – procedimentos contrários à disciplina por parte dos componentes dos Clubes ou de suas torcidas; VII – fato extraordinário que represente uma situação de comoção incompatível com a realização ou continuidade da partida.

Art. 20 – Quando a partida for suspensa por quaisquer dos motivos previstos no art. 19 deste RGC, assim se procederá após julgamento do processo correspondente pelo STJD: I – se o Clube que deu causa à suspensão da partida estava vencendo ou a partida estava empatada, tal Clube será declarado perdedor pelo escore de 3 a 0 (três a zero);”

A CBF e os clubes brasileiros devem estar cientes de que estamos cada vez mais próximos de uma tragédia e que apenas a adoção de medidas rigorosas livrarão o futebol destas cenas lamentáveis.

O Cuiabá EC espera que os fatos graves de ontem sejam apurados de forma profunda e que os responsáveis sejam punidos de forma enérgica e exemplar.