Compacto e intenso: os primeiros trunfos do Ceará de Lucho González

O treinador argentino melhorou aspectos ofensivos e defensivos do Alvinegro de Porangabuçu e entregou resultados imediatos no Brasileirão, conquistando quatro dos seis pontos possíveis que disputou

20:55 | Set. 12, 2022

Por: Mateus Moura
Técnico Lucho González em treino do Ceará no estádio Carlos de Alencar Pinto, em Porangabuçu (foto: Felipe Santos/CearaSC.com)

O início de trabalho de Lucho González no Ceará é promissor. Com somente duas partidas à frente do Alvinegro, o treinador foi pragmático, mas muito eficiente para conseguir não só melhorar o desempenho dentro de campo, como também transformar as boas atuações em resultados. Dos seis pontos possíveis, o Vovô conquistou quatro sob o comando do argentino, sequência que fez a equipe se distanciar do Z-4 e se aproximar do G-10.

Embora não tenha feito nenhuma mudança radical na estrutura tática do time, mantendo o 4-3-3 com variação no 4-2-3-1, Lucho fez ajustes pontuais que tornaram o Ceará uma equipe compacta, intensa, organizada e objetiva. Contra Flamengo e Santos, o nível de atuação no aspecto físico dos atletas foi um ponto que chamou a atenção.

Em ambos os confrontos, o Ceará manteve a consistência na marcação, muitas vezes realizada em bloco alto para pressionar o adversário em seu campo de defesa. Diante do Santos, por exemplo, foi por meio da marcação-pressão que o zagueiro Bauermann acabou se atrapalhando na tentativa de recuar para o goleiro João Paulo, já que todas as alternativas de passes estavam bloqueadas pelos jogadores do Vovô.

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Quando o fôlego diminui, algo natural durante a partida, o Ceará passa a atuar em bloco médio, cenário em que a compactação da equipe ganha destaque. Sem a bola, o time de Lucho adota o 4-4-2, com duas linhas de quatro na frente da área, movimentações de cobertura bem coordenadas e espaços curtos. Sempre que um jogador adversário domina a bola, automaticamente ele é pressionado por algum atleta do Vovô.

Parte ofensiva também melhorou

Ofensivamente, o escrete preto-e-branco evoluiu. Apesar de utilizar bolas longas em algumas situações — principalmente quando existe a intenção de explorar a velocidade do atacante Mendoza —, a prioridade do Ceará de Lucho González é a construção de jogo de pé em pé. No último terço, a equipe não limitou-se a tentativas exageradas de cruzamentos na área, pelo contrário, apresentou alternativas interessantes para se aproximar do gol, como triangulações, tabelas e jogadas em profundidade.

Um bom exemplo é o gol marcado por Guilherme Castilho contra o Santos. No lance, Richardson, Messias e Richard trocaram passes de primeira entre si até a bola chegar em Nino Paraíba, que avançou em velocidade e fez lindo passe entre as linhas adversárias para o meio-campista, que estava ocupando um espaço vazio de marcação devido a movimentação de Zé Roberto - que puxou a atenção dos defensores para o lado direito do campo.