Motivações, pressão e estreia: o início de Lucho González no Ceará

O treinador argentino falou sobre depressão após encerrar a carreira como jogador de futebol, a importância do fator psicológico dentro de um time e da mentalidade vencedora que possui no dia a dia

A era de Lucho González no Ceará terá início oficialmente no domingo, 4, dia em que fará a sua estreia na beira do campo comandando o Alvinegro de Porangabuçu. Em entrevista ao canal oficial do clube, o argentino falou sobre as motivações para o novo desafio no futebol, a pressão que o envolve, a transição entre a vida de atleta e treinador e da expectativa para o confronto diante do Flamengo.

Motivações

Como atleta, Lucho construiu uma carreira de sucesso. Conquistou títulos - 29 no total - e exerceu papel de liderança interna pelos clubes que passou. A mentalidade vencedora é um dos trunfos que o novo técnico do Vovô carrega consigo.

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“Você ser agradecido às pessoas, ter respeito e querer ser o melhor no dia seguinte. Acho que isso é o que mantém o ser humano, o profissional, ser agradecido com as coisas que muitas vezes a vida nos brinda e a gente acaba não dando valor. Ser agradecido nesse sentido é uma das coisas que sempre fui e continuarei sendo. O hoje está prestes a passar, e no amanhã eu quero ser melhor que hoje. É um lema não só do futebol, mas um lema que carrego na minha vida pessoal também”, explicou.

Pressão

O contexto em que Lucho González chega ao Ceará não é simples. A temporada, classificada por Vina como a pior desde que chegou ao clube, em 2020, está marcada por eliminações precoces, frustrações e uma campanha até então mediana na Série A. Para o argentino, o aspecto psicológico se torna ainda mais fundamental neste cenário de pressão.

“O fator psicológico é muito importante. Você se fechar internamente e confiar em seu potencial, nas pessoas que te rodeiam. O futebol é um esporte que precisa que todo mundo carregue esse pensamento, e muitas vezes se apenas uma ou poucas pessoas carregam esse pensamento, fica difícil de vencer. Acho que passa muito por esse lado, penso dessa forma”, enfatizou.

Transição

A mudança de função no futebol para Lucho é recente. A vida de jogador de futebol teve fim em maio de 2021 e o início da beira do campo aconteceu no início deste ano, como auxiliar técnico do Athletico-PR. A transição, porém, não foi simples para o argentino, que falou sobre depressão e a necessidade de se olhar o lado humano das pessoas.

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“Eu vinha me preparando já faz um tempo. Minha própria cabeça quando era jogador, eu tentava me colocar muitas vezes do outro lado, de onde as decisões estavam sendo tomadas. Mas foi difícil. Quem está acostumado a viver com essa pressão (de jogador), sente falta. Deveria ter mais pessoas ajudando esses ex-atletas que ainda não tem definido o que farão no dia amanhã, porque a depressão é grande e muitas vezes não se vê o lado humano das pessoas”, desabafou.

Estreia pelo Ceará

Desde a última terça-feira, 30 de agosto, Lucho González comanda os treinos do Ceará visando o embate contra o Flamengo, que acontece no domingo, 4, às 11 horas, no Maracanã. A partida, além de marcar a estreia do treinador, também é muito importante para o Alvinegro, que não vence há seis jogos no Brasileirão.

“É um prazer para mim estar fazendo parte desse time. Estar lá no campo vai ser um dia marcante para mim e para minha comissão. Ao mesmo tempo, estou muito grato, muito feliz no dia a dia. Estou aqui com muita vontade de continuar fazendo crescer esse grande clube”, ressaltou.

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