Jogo-treino diante do Floresta indica ideias táticas de Tiago Nunes para o Ceará de 2022
Treinador mantém o mesmo esquema introduzido em 2021, mas trabalha para aprimorar a sua execução dentro de campo
O Ceará encerrou a penúltima semana de pré-temporada com um jogo-treino diante do Floresta, vencido pelo Vovô por 2 a 1, em Carlos de Alencar Pinto. Mais importante que o resultado, o duelo foi uma possibilidade interessante de análise para o treinador Tiago Nunes, que pode avaliar questões importantes do elenco, como o desempenho da parte física e ações técnicas e táticas dentro de campo, além de dar indicações sobre o esquema que deverá utilizar em 2022.
O comandante mesclou os jogadores em duas equipes e cada uma atuou por um tempo completo de 45 minutos. Os times formados não garantem quais atletas serão titulares na estreia do Vovô na temporada, diante do Sergipe, no próximo sábado, 29, pela Copa do Nordeste, mas indicam que o comandante não deve modificar a composição tática em relação à utilizada em seu início de trabalho no ano passado. Alguns comportamentos em campo, entretanto, devem mudar.
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Em ambos os times do jogo-treino, o esquema utilizado pelo comandante alvinegro foi o mesmo: 4-1-3-2. Nesta formatação, foi possível notar alguns padrões táticos. A fase de construção ofensiva, por exemplo, começa preferencialmente com o primeiro volante, que preenche uma linha de três com a dupla de zaga para realizar a saída de bola, enquanto os laterais dão amplitude como opção de passe.
No campo adversário é onde principais mudanças treinadas por Tiago Nunes aparecem. O meio-campista Vina assume uma posição mais avançada, com liberdade para se movimentar no último terço, como uma espécie de segundo atacante, o que potencializa as características do atleta: capacidade de passes decisivos e boa finalização. O segundo volante ganha autonomia para infiltrar na área e se torna um homem surpresa, enquanto os pontas se movimentam e atacam os espaços vazios deixados pelos defensores.
Nesta ideia, o camisa 9 também precisa ser participativo com movimentações que atraiam a marcação — abrindo espaço para jogadores que venham de trás —, além de boa mobilidade e qualidade no passe. Não à toa, a contratação do atacante Zé Roberto, que possui tais características, foi um pedido do treinador.
Na fase defensiva também há variações de postura. Em 2021, por exemplo, a equipe conseguiu marcar diversos gols no início das partidas — contra o Fortaleza e Corinthians, por exemplo — através da marcação alta. Em outros momentos, quando o desgaste físico aumentava, o time recuava as linhas e passava a se defender no 4-4-2, com Vina e o centroavante realizando o primeiro contato. O Floresta, no entanto, não exigiu tanto do sistema defensivo do Vovô.
Diferente da ideia deixada por Guto Ferreira, onde havia pouca capacidade de variação, limitando os dois volantes nos avanços ofensivos e utilizando o Vina de forma recuada, como um meia clássico, Tiago Nunes tem como característica uma equipe com mais mobilidade, que busque o protagonismo e ocupe o campo adversário com o maior número possível de atletas, forma de jogar implementada ainda em 2021, mas com desempenhos inconsistentes, até pela mudança repentina de estilos.