Marlon revela diferenças entre Guto Ferreira e Tiago Nunes: "Temos mais liberdade"
Em entrevista exclusiva ao Esportes O POVO, o volante também comenta sobre o momento que o Vovô vive na Série A e as motivações para trocar o Fortaleza pelo Ceará no fim da temporada passadaApesar de ser curitibano, Marlon conhece bem o estado do Ceará: são quatro temporadas atuando no futebol cearense — três pelo Fortaleza e uma pelo Vovô. O volante alvinegro, que iniciou o sonho de se tornar jogador aos 12 anos, conversou de forma exclusiva com o Esportes O POVO e comentou sobre as diferenças entre Guto Ferreira e Tiago Nunes, do momento que a equipe vive no Brasileirão e da escolha que precisou fazer em 2020 entre os rivais da cidade.
No fim da temporada passada, uma notícia pegou as maiores torcidas da capital de surpresa: Marlon, desde 2018 no Tricolor do Pici, assinava um pré-contrato com o Ceará com vínculo até o fim de 2022. A mudança inesperada, segundo o jogador, foi motivada pelo projeto apresentado pelo clube de Porangabuçu.
É + que streaming. É arte, cultura e história.
"O Ceará fez uma proposta muito boa, tanto pra mim como para a minha família, o projeto que o clube tem a traçar nesses próximos anos. Aceitei de peito e coração aberto. Fiz o meu papel, trabalhei e me dediquei ao máximo quando estava no Fortaleza. Fui muito criticado pelo lado de lá, ouvi muita coisa que eu acho que não precisava. São coisas que passam. Estou muito feliz, eu e a minha família fizemos a coisa certa."
Vestindo a camisa preto e branco, Marlon iniciou a temporada sob o comando de Guto Ferreira, que permaneceu no clube até a 18ª rodada da Série A, além das participações na Copa do Nordeste, Sul-Americana, Copa do Brasil e Campeonato Cearense. Tiago Nunes assumiu a equipe na 19ª rodada e completou, diante do Bahia, na última quarta-feira, 27, 10 jogos à frente do Vovô. Com metodologias e estilos distintos, o camisa 25 explicou as principais diferenças entre os treinadores na forma de utilizar os volantes.
"São características diferentes. Com o Guto, tínhamos uma maneira de jogar, os volantes em si, falando especificamente da posição, precisavam defender e proteger mais o meio-campo. Com o Tiago, nós temos mais liberdade, quando jogamos com dois volantes, um tem essa liberdade de chegar mais na área, de preencher mais a área com os meias e atacantes, isso faz a gente participar mais do jogo. O Guto pedia pra gente segurar mais, para liberar os pontas. O Tiago dá mais liberdade para um dos volantes."
Mesmo demonstrando sinais de evolução, principalmente nos aspectos ofensivos, o Alvinegro empata muito — são 15 empates, mais da metade dos jogos que disputou no campeonato —, e possui somente uma vitória nas últimas 14 partidas, com 26% de aproveitamento neste recorte de jogos. Na 14º colocação, com 33 pontos, o Vovô está entre o perigo iminente da zona de rebaixamento e a possibilidade de conquistar uma classificação para a Sul-Americana.
“Se pegar os últimos números, em questão de finalização ao gol, estamos tendo uma média muito boa. Estamos pecando um pouquinho, com falta de sorte, mas trabalho está tendo. Nos dedicamos muito no dia a dia em treinar vários quesitos. Só está faltando a bola entrar. É goleiro que pega, a bola bate no cara, pega na trave e sai. Acho que melhoramos muito em trabalhar mais a bola, ter mais a posse, propondo mais o jogo ao invés de ser mais reativo. É a evolução do trabalho, estamos pouco tempo com o Tiago, mas já dá para perceber um time com uma cara diferente.”