Presidente do Ceará revela "decepção coletiva" com vice no Nordestão e meta do elenco na Série A
Robinson de Castro revelou os impactos negativos da perda do título para o Bahia no Nordestão. Ele falou ainda sobre a meta de classificação na Série A estabelecida pelo próprio elencoPresidente do Ceará, Robinson de Castro revelou que a perda do título da Copa do Nordeste para o Bahia teve forte impacto na confiança do elenco e classificou o momento como "uma decepção coletiva". Para o mandatário alvinegro, o episódio influenciou negativamente na sequência da temporada, quando o time sofreu eliminações na Copa do Brasil e na Sul-Americana e apresentou desempenho irregular na Série A, resultando na troca de Guto Ferreira por Tiago Nunes.
As declarações foram dadas durante entrevista para o podcast "VozãoCast" nesta segunda-feira, 4. Robinson comentou ainda sobre o objetivo do elenco na sequência do Brasileirão, de encerrar a competição pelo menos dentro do G-10.
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"Quando começamos o ano, tínhamos uma expectativa muito grande. Todo ano, quando inicia a temporada, faço uma reunião com a comissão (técnica) e todos os atletas, estabelecendo os propósitos do ano. Campeonato Cearense, Copa do Nordeste, Sul-Americana e Série A (além da Copa do Brasil). Quem define esse propósito... eles (jogadores) que têm que dizer onde querem chegar. Dentro do propósito tinha ser campeão do Nordeste. Eles estavam muito convictos disso. Estavam determinados e tivemos a infelicidade de não ser campeão. Fizemos campanha sensacional, chegamos invicto até o último jogo. Ali tivemos uma decepção coletiva", contou o presidente do Vovô.
"Todos ficaram muito pra baixo. Teve aquela briga que acabou somatizando tudo isso. Nós tivemos uma perda de confiança muito grande e um baixo astral. Os jogadores... sabe quando você está muito próximo de uma coisa grande e aquilo lhe escapa absurdamente rápido? Você perde aquele encanto. Aquilo mexeu muito com nosso elenco, trouxe alguns conflitos internos. Nada relevante, mas pequenos conflitos. Perdeu um pouco a liga", continuou Robinson.
O abalo com o resultado negativo na Copa do Nordeste acabou respingando nos desempenhos em confrontos decisivos na Copa do Brasil, quando o Alvinegro foi eliminado para o maior rival Fortaleza, e na Sul-Americana - a equipe perdeu a vaga para o mata-mata na última rodada da fase de grupos. Naquele momento, explicou Robinson, a diretoria começou a trabalhar a união do grupo focar na sequência do Campeonato Brasileiro.
"Tinham jogadores se desgastando com a torcida, alguns suspensos. Houve uma série de situação e desconexão. [...] um desgaste natural do tempo que o Guto ficou à frente. Evidente que quando tudo isso começa a acontecer, começa a criar desânimo no jogador, que já quer algo novo, virar a página. Ficamos engessados no modelo e resolvemos fazer a troca para criar novo entusiasmo no grupo. Nova competição, nova história a ser escrita, esquecer aquilo que passou e fazer o (segundo) turno da Série A muito bom", afirmou.
O dirigente garantiu que o elenco está bastante motivado para fazer história novamente no Brasileirão. "O que eles (jogadores) querem? Querem estar entre os dez na visão mais pessimista deles. O que puder ir além vai. Eles têm convicção de que podem estar entre os dez. O grupo tem condição de estar entre os dez. Não está na cabeça de ninguém que vamos brigar lá em baixo. Não passa isso nem de longe. É um clube totalmente adaptado a competição que estamos disputando hoje. Estamos confiantes de que vamos conseguir. Lamentavelmente não fomos campões, mas chegamos à final (do Nordestão) e na Sul-Americana saímos pela porta da frente, de cabeça erguida e prontos para viver uma nova Sul-Americana com outro nível de experiência."
Início de Tiago Nunes
O mandatário do Vovô aproveitou para falar sobre o início do trabalho de Tiago Nunes. Robinson fez questão de elogiar o treinador e ressaltou que o grupo já começa a assimilar a filosofia do técnico. "Houve uma mudança grande do modelo de treino. Ele veio muito satisfeito com o elenco. Veio de forma serena sabendo dos jogadores que tínhamos e que ele tinha condição de cumprir os objetivos com esse elenco. A gente percebe que é um time com características mais dominante do que com o modelo do Guto, mais reativo, que tinha certa dificuldade no último terço. Os jogadores já estão começando a criar confiança nesse modelo. Ele está fazendo essas adaptações, tem muito conteúdo e estuda muito."