Guto ironiza arbitragem do Clássico-Rei e lamenta vice do Ceará no Estadual

Após 0 a 0 com o Fortaleza, pela final do Campeonato Cearense, treinador alvinegro elogia atuação do Vovô e contesta árbitro Rafael Traci e VAR

20:24 | Mai. 23, 2021

Por: Afonso Ribeiro
Técnico Guto Ferreira ficou na bronca com a arbitragem do Clássico-Rei decisivo (foto: Aurelio Alves)

Em entrevista coletiva após o empate em 0 a 0 com o Fortaleza, neste domingo, 23, na Arena Castelão, pelo Campeonato Cearense, o técnico do Ceará, Guto Ferreira, lamentou o vice-campeonato, criticou a arbitragem do duelo de forma irônica e elogiou o trabalho realizado com equipes alternativas ao longo da competição.

Com a vantagem do empate a favor do Tricolor, em razão da melhor campanha, o Alvinegro tinha a necessidade do triunfo para conquistar o título. A equipe de Porangabuçu teve volume ofensivo, mas não conseguiu balançar as redes. O árbitro Rafael Traci chegou a marcar pênalti no primeiro tempo e mudou a decisão após checar o lance no VAR. Nos minutos finais, o Vovô reclamou de outra penalidade e ficou na bronca.

"Nós tivemos força de empurrar o nosso adversário para o campo dele. Se analisar, eles deram um chute perigoso na nossa meta. Nós empurramos, fomos buscar e, enquanto futebol, criamos situações, mas teve momentos do jogo que teve luta livre, teve handebol e aí não tem como ultrapassar essas facetas do futebol. Quando é futebol, a gente consegue jogar, agora quando é luta livre, handebol, a gente não tem condições de jogar", disse o treinador, em tom irônico.

"A gente sai muito bravo, não sai feliz porque fizemos próximo para estar com esse título, de repente, e mais uma vez a arbitragem teve interferência direta. O VAR chamando na hora que não tinha que chamar e na hora que tinha que chamar não chamou. Dois pesos, duas medidas. A gente não sabe nunca como é essa regra da mão na bola. Contra nós sempre tem, a nosso favor nunca tem", reclamou o comandante.

Diante da sequência de jogos decisivos na Copa Sul-Americana e no Estadual, Guto optou por poupar alguns atletas na decisão da competição local. O meia Vina, por exemplo, ficou no banco de reservas e foi acionado no começo do segundo tempo. A titularidade coube a Jorginho, que recebeu elogios do técnico.

"É só analisar a nossa agenda essa semana, nós cumprimos o quarto jogo hoje (domingo). Tivemos um jogo dificílimo contra o Bolívar na quinta-feira e, em menos de 66 horas, a gente estava dentro do campo jogando uma final. O Jorginho já vem em uma crescente, alguns jogadores, até para não mudar muito a estrutura da equipe, a gente segurou, e outros jogadores, a gente poupou para outros momentos da partida. O Jorginho esteve muito bem na partida, é um jogador mais leve, de mais dinâmica, o Vina já é um jogador mais próximo da área. Os dois têm muita qualidade e podem nos ajudar, como vêm nos ajudando muito", explicou.

Apesar de não ter conquistado a taça, Guto Ferreira exaltou o planejamento do Ceará para o Cearense deste ano. Com a equipe principal dividida entre a Copa do Nordeste e a Sul-Americana, a maior parte do Estadual foi disputada com a base do time sub-23 acrescido de atletas do elenco principal, comandado pelo auxiliar Daniel Azambuja.

"A situação da pandemia e a própria situação da tabela, do jeito que ela foi estruturada, até por necessidade, a gente acabou, por ter ido muito bem ano passado, sendo penalizado nessa competição. Por quê? Porque nós perdemos a competição no detalhe do desempate e jogamos praticamente a competição toda com equipes alternativas por necessidade, porque não tinha condição de botar a principal equipe dentro de campo. Aí que está o detalhe. Mas, por outro lado, o Ceará ganhou muito durante a competição, porque pôde rodar os jogadores, dar ritmo aos jogadores, a gente pôde ver jogadores surgindo dentro do plantel, dentro da base. E eu acho que isso que importa, dentro de um trabalho bem planejado", analisou o treinador.