"Foi vergonhoso", afirmou Robinson de Castro sobre o ano do Ceará; confira trechos da entrevista
O presidente do Vovô analisou a campanha, anunciou mudanças e traçou objetivos para o Alvinegro de Porangabuçu.
20:31 | Dez. 09, 2019
Em tom apaziguador e fazendo o mea culpa sobre a temporada do Ceará, o presidente Robinson de Castro analisou a campanha, anunciou mudanças e traçou objetivos para o Alvinegro de Porangabuçu. Por mais de um hora, o dirigente fez um pronunciamento inicial e concedeu entrevista coletiva, na tarde desta segunda-feira, 9. Afirmando ser importante e histórica a sequência de três anos do Vovô na Série A do Campeonato Brasileiro, Robinson evitou comemorações e não se esquivou de assumir a culpa pelo do time ter de lutar, em mais um ano, contra contra o rebaixamento. “Pra mim, foi vergonhoso o resultado final, embora a gente tenha se mantido”, asseverou.
“Foi (uma campanha) medíocre. Eu me sinto responsável (pela má campanha). Sempre digo que o presidente não pode terceirizar. A culpa é sempre do presidente. Como sou o líder maior, tem que ser o responsável. Foi frustrante. Campanha tirou muito minha energia", disse.
O presidente revelou que, após o jogo contra o Botafogo, entrou no vestiário e não parabenizou ninguém, nem aceitou parabéns de quem lhe ligou para isso. “Não me sinto confortável. Nós conseguimos sair da situação em que estávamos e permanecer em demérito até dos concorrentes que conseguiram ser piores do que a gente. Eu diria que, do segundo clássico (10 de novembro, quando o Ceará perdeu de 1 a 0 para o Fortaleza) pra cá, nossa atuação foi pífia", afirmou.
Leia trechos da entrevista de Robinson de Castro
Saída de Marcelo Segurado da gerência de Futebol
“A gente tem que fazer uma reflexão, uma reestruturação do Departamento de Futebol, começando com mudanças pessoas, de processos, e de perfil. A gente acertou a saída do Marcelo Segurado, ele não vai continuar. Agradeço a ele, o trabalho que ele desenvolveu. De qualquer forma, o nosso acesso em 2017 foi com ele, a nossa permanência em 2018 foi com ele e, agora em 2019 para 2020, ele estava, com todos os percalços. A gente tem de ser justo com as pessoas. Ele contribuiu, mas encerrou um ciclo. Vamos agora procurar um novo nome para liderar esse departamento. Estou querendo fazer uma reformulação. O clube cresceu demais, em muitas áreas”.
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Priorização do Departamento de Futebol
"Vamos priorizar o futebol. A gente sempre dividiu o bolo (dos investimentos). Uma parte para o futebol, infraestrutura, liquidação de dívidas. Muita gente parabeniza esse modelo. Mas vamos ter que diminuir esse bolo para dar mais para o futebol”.
Ele ainda falou que espera se afastar das funções de diretor de Futebol, atividade que também exercia até o momento. “Quero me desconectar um pouco do Futebol, porque acaba tirando muita energia minha, acaba me levando para linha de frente e eu preciso sair um pouco de frente disso. Porque o clube precisa de mim em todas as áreas”.
Perfil do novo gerente de Futebol
“Hoje, conversei com alguns profissionais da áreas. Alguns renomados, outros menos renomados, mas com experiência em grandes clubes de Série A, que tem outras formas de enxergar, de agir, outras habilidades”.
Robinson falou que um dos nomes é de alguém que tem, inclusive, propostas internacionais e que por isso ele não sabe se conseguirá trazê-lo para o Ceará, mas que trabalha com mais dois nomes, todos com experiência na Série A.
Ele pretende ainda uma mudança no perfil dos jogadores. “Vamos rever o perfil de atletas. Tínhamos um time técnico, mas faltava sangue, fome, desejo, compromisso. E agente vai repaginar isso, em uma nova configuração”.
Renúncia ao cargo e protestos
“Não sou pessoa que foge em momentos difíceis. Quantas vezes não tiveram protestos aqui? É justo. Tem razão o protesto. Concordo. É democrático desde que sem violência. Pacífico”.
Nova marca própria: Vozão
Robinson adiantou que vai haver mudanças no programa de sócio, nas lojas oficiais do clube e no material esportivo. A nova marca se chamará "Vozão" e deve começar a ser vendida antes mesmo do Natal. "Vamos produzir camisa oficial. Todo mundo vai ter oportunidade de comprar porque vai ter de todo preço. Vamos garantir isso no próximo ano".
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