"O equilíbrio te remete a estar mais próximo do sucesso", diz Tite sobre Brasil na Copa
Em entrevista coletiva, o treinador da seleção brasileira falou sobre aspectos táticos da equipe, com foco na utilização dos laterais, explicou o processo criterioso para a definição dos convocados e ressaltou a busca pelo equilíbrio dentro de campo
18:36 | Out. 13, 2022
Restando pouco mais de um mês para o início da Copa do Mundo do Catar 2022, o treinador da seleção brasileira, Tite, concedeu entrevista coletiva na tarde de ontem e esclareceu alguns temas importantes sobre a preparação do Canarinho. Entre os assuntos, o comandante falou sobre a ideia tática construída neste ciclo, a busca pelo equilíbrio dentro de campo e o difícil – e criterioso – processo realizado para definir a lista final dos atletas convocados.
Acompanhado dos auxiliares César Sampaio, Matheus Bachi e Cléber Xavier, Tite tratou a longa entrevista, que durou mais de 40 minutos, de forma leve e descontraída. Questionado sobre a ideia tática do time, com foco na utilização dos laterais, peças importantes na formatação do sistema de jogo do Brasil, o comandante falou brevemente e passou a palavra para seu filho fazer uma análise mais aprofundada.
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“Cada vez mais temos utilizado essa ideia de manter os laterais por dentro, fazendo essa construção, fazendo a iniciação das jogadas para abastecer os homens de meio e de frente. Não só como efetivo foi e está sendo ofensivamente, mas também nos gera uma segurança defensiva muito grande, porque em uma eventual perda de bola, temos laterais mais próximos tanto para fazer o perde-pressiona, como a linha de quatro. Dessa maneira temos conseguido equilibrar bem o ofensivo, mas também encontrar esse processo defensivo para sofrer menos”, respondeu Matheus Bachi ao jornalista Fernando Graziani, representante do Esportes O POVO na coletiva.
No panorama atual do futebol, a seleção brasileira pode se gabar de um privilégio: há muitos jogadores do setor de ataque em ótima fase. Entre os cotados para ir à Copa, estão nomes como Pedro (Flamengo), Antony (Manchester United), Gabriel Jesus (Arsenal), Rodrygo (Real Madrid), Vinícius Jr. (Real Madrid), Richarlison (Tottenham), Raphinha (Barcelona), Firmino (Liverpool), Neymar (PSG), Matheus Cunha (Atlético de Madrid) e Martinelli (Arsenal). Apesar da variedade de opções, Tite enfatizou que o caminho para o sucesso é o equilíbrio, o que deixa clara a intenção do treinador em não exagerar no número de atacantes convocados.
“Eu acredito, enquanto ideia de futebol, que o equilíbrio te remete a estar muito mais próximo do sucesso e da vitoria. É da criação fazer gol, é o objetivo e a alegria maior do futebol. Nós temos 47 jogos, e a cada quatro, não tomamos gols em três, e isso é extremamente significativo. Temos 60% de posse de bola em média nos jogos oficiais, com quase dois gols e meio de média por jogo. Esse equilíbrio entre criar e fazer gol, ser sólido defensivamente, traz perspectivas de sucessos maiores. Claro, há uma geração de jovens do meio pra frente que proliferou nesses últimos dois anos de forma acentuada”, disse.
Processo de análise para convocação
No dia 21 de outubro, a comissão técnica da seleção brasileira terá que enviar à FIFA a primeira lista de nomes composta por até 55 jogadores. Enquanto isso, o momento é de análise cautelosa, que inclui jogos da Champions League, Brasileirão e demais torneios nacionais da Europa. Ao todo, Tite poderá levar 26 atletas para a Copa do Catar, cujos escolhidos serão anunciados no dia 7 de novembro.
“É nossa função estarmos constantemente avaliando. É o momento do atleta, por vezes o melhor momento técnico, a evolução da equipe, o amadurecimento do atleta. Todas essas são parcelas importantes que vão agregando para que quando chegue no momento final, a gente tenha um conjunto maior de informações verdadeiras. Volto a repetir, verdadeiras, não é ‘eu acho, tive a impressão, o comentário’, não. Nós queremos o fato real, a informação da fonte, estar presente, queremos conversar, ter o diagnóstico médico, para que toda essa busca de encontrar o atleta que entendemos ser o melhor para a seleção possa ser o mais justo possível”, explicou.