Duelo tático: Léo Condé ofusca Vojvoda em dois jogos e Ceará ergue a taça do Cearense

Duelo tático: Léo Condé ofusca Vojvoda em dois jogos e Ceará ergue a taça do Cearense

Começando com a vantagem no placar no jogo de volta, Léo Condé entrou em campo com mais certezas que Vojvoda, aproveitou melhor suas peças e teve o trunfo de acertar nas mudanças quando viu o Fortaleza empatar o placar agregado

Para conhecer o próprio elenco, nem sempre o tempo é o maior determinante. As fases afetam, a leitura com a bola rolando é protagonista e as decisões são cruciais, principalmente em jogos que requerem adaptabilidade. Nas finais do Cearense, Léo Condé conquistou o título ao lado do Ceará sobre o Fortaleza de Vojvoda. No jogo tático de xadrez entre os dois, o treinador alvinegro moveu menos suas peças, mas teve melhor aproveitamento nas escolhas.

O confronto derradeiro ocorreu neste sábado, 22, na Arena Castelão. Com a vantagem do primeiro jogo, vencido por 1 a 0, o Ceará soube utilizar bem as faltas táticas para diminuir a velocidade quando necessário, conseguiu manter sua defesa organizada e aproveitou as situações do jogo de forma precisa. Mesmo pecando na produção de contra-ataques a qual se propôs, o Vovô fez o necessário para erguer sua 47ª taça estadual.

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No confronto derradeiro, Pedro Raul anotou o tento que deu o título para o Ceará, que precisou reagir após o Fortaleza igualar o placar agregado com Lucas Sasha.

O duelo das pranchetas foi iniciado antes da bola rolar, com um cenário próximo do que aconteceu na ida. O lado alvinegro, com mais certezas na temporada, repetiu o time que venceu o primeiro jogo por 1 a 0, sem surpresas. Por sua vez, o escrete vermelho-azul-e-branco, com mais dúvidas, foi significativamente alterado, com cinco nomes diferentes na onzena titular.

Léo Condé investiu na mesma organização em campo: blocos baixos, sem arriscar quando detinha a posse de bola e subindo a marcação quando percebia erros do adversário. Por sua vez, Vojvoda levou o Leão a campo com um esquema híbrido, que alternava entre 3-4-3 e 4-4-2, com mais repertório ofensivo para arriscar em campo e tentava propor o jogo.

Contudo, as duas propostas foram parcialmente falhas nos primeiros 45 minutos, com uma dinâmica muito próxima à ida. O Ceará postava muito bem a sua defesa, mas não conseguia conectar as transições rápidas para o ataque. O Fortaleza conseguia povoar o ataque, mas não finalizou na direção do gol nenhuma vez, assim como fez no jogo de ida.

Defensivamente, o Fortaleza concedia alguns espaços, mas era mais combativo se comparado ao primeiro jogo. Brítez, que saiu no intervalo, era um dos melhores em campo. Contudo, a linha defensiva foi menos criativa. Na ida, todas as chances tricolores começaram com os defensores. Na volta, o meio de campo seguiu quase inoperante na criação de grandes chances.

No meio de campo, o jogo ficou travado, os times não titubearam em parar jogadas com faltas táticas, roteiro que seguiu até o início da segunda etapa, com o evento que fez o duelo tático se aflorar: Gastón Ávila, que entrou no intervalo, foi expulso com cinco minutos em campo.

O duelo tático após a expulsão de Gastón Ávila

Quando o Fortaleza ficou com um a menos, Vojvoda reorganizou o time com o que já tinha em campo e se manteve ofensivo, até melhor do que o que apresentava. Com a bola, a ausência não era tão sentida, pois o Ceará jogava de forma compactada na defesa, sem sair para o jogo.

Aos 13 minutos, o Fortaleza chegou ao gol em escanteio cobrado por Marinho, em que Tinga escorou para o meio e Lucas Sasha, no único chute a gol do Tricolor em dois jogos, balançou as redes.

Mas aí entrou a mudança instantânea de mentalidade do Ceará no jogo: atrás do placar, soube aproveitar a vantagem numérica e virou a chave para passar a dominar o jogo. Com as duas equipes buscando gol, o peso de ter um jogador a menos passou a ser mais significativo negativamente para Vojvoda.

Condé identificou que o treinador tricolor priorizou não perder o domínio da faixa central, então investiu em povoar o lado de campo.

Foi pela direita que Fabiano dominou e encontrou Pedro Raul, 13 minutos depois, para empatar o placar da partida – e voltar à frente no agregado. O posicionamento na área escolhido pelo camisa nove também é impacto das mudanças pós-expulsão, posto que estava acompanhado por Tinga, que virou zagueiro central, no lance.

Após o tento anotado, Condé não exitou em reorganizar o time para manter o placar. O técnico aplicou o xeque-mate: dobrou a marcação nas laterais e inseriu jogadores descansados no setor ofensivo para segurar a bola no ataque. Vojvoda ainda sofreu uma segunda baixa: Kayzer, que entrou no fim, sentiu uma lesão com apenas dois minutos em campo, e apenas ajudou a povoar as quatro linhas até o apito final.

Além disso, não baixou as linhas e esteve bem mais próximo de concretizar a vantagem com mais um gol, do que de sofrer o empate. O jovem Guilherme, por exemplo, acertou a trava próximo ao fim do jogo.

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