FCF enviará imagens de briga em Clássico-Rei do Cearense Sub-20 ao TJDF

Tribunal deverá identificar os jogadores e funcionários de Ceará e Fortaleza envolvidos na confusão para levar a julgamento

19:41 | Out. 01, 2024

Por: Afonso Ribeiro
Ceará e Fortaleza fizeram Clássico-Rei decisivo do Campeonato Cearense Sub-20 (foto: João Moura / Fortaleza EC)

A briga generalizada no gramado do PV entre jogadores e funcionários de Ceará e Fortaleza, na decisão do Campeonato Cearense Sub-20, na última segunda-feira, 30, deverá entrar em pauta no Tribunal de Justiça Desportiva de Futebol do Ceará (TJDF-CE). O Esportes O POVO apurou que a Federação Cearense de Futebol (FCF) enviará as imagens à corte para que os envolvidos sejam denunciados e julgados.

De acordo com relato do árbitro Renato Pinheiro em súmula, a confusão teve início quando Rangel, auxiliar técnico do Vovô, agrediu Segundo Costa, coordenador de supervisão de base do Leão. A partir daí, as trocas de socos e pontapés se alastraram para o campo. Cadeiras das arquibancadas também foram arremessadas por alguns torcedores.

O árbitro também relatou que Caio Rafael, do Alvinegros, e Luizão, do Tricolor, foram expulsos. Com as imagens cedidas pela FCF, o Tribunal deve identificar outros atletas e profissionais que participaram da briga e levar a julgamento. Durante a transmissão ao vivo, o canal oficial da entidade no YouTube não exibiu a pancadaria, mas as câmeras gravaram o momento.

A Polícia Militar do Ceará (PMCE) informou que quatro pessoas foram detidas, sendo um adolescente e três adultos. O órgão alegou que o baixo efetivo de homens no estádio se deu em razão da recomendação do Ministério Público (MPCE) de que o Clássico-Rei deveria ocorrer de portões fechados, a exemplo do jogo de ida.

Já a FCF comunicou que esta posição do MPCE foi informada apenas horas antes do jogo e que não teria "tempo hábil para informar aos torcedores que o jogo aconteceria de portões fechados, o que poderia causar um tumulto ainda maior nos portões do estádio".

Em nota, o Ceará lamentou o episódio de violência e afirmou adotar medidas internas para coibir a ocorrência de casos semelhantes. O Fortaleza, por sua vez, optou por não se pronunciar sobre o caso.

Leia a nota oficial do Ceará:

"Lamentamos o que aconteceu no Presidente Vargas. Sob nenhuma condição, a violência pode ser justificada, ainda mais em um ambiente que deve ser propulsor da paz e entretenimento coletivo. Em nosso entendimento, a cultura da paz deve ser cultivada já nas nossas categorias de base. Para entender melhor, apuramos o ocorrido com as equipes de segurança presentes no estádio e com os registros feitos pela Vozão TV. Já tomamos internamente medidas para eliminar ações como as de ontem nos nossos jogos."

Leia a nota oficial da FCF:

"No dia 19 de setembro de 2024, foi publicada a Portaria de nº 004/2024, determinando que o segundo jogo da final ocorresse com a presença de público, com a carga de ingressos sendo dividida de forma igualitária entre os clubes.

11 dias após a publicação da referida portaria, no 30 de Setembro, na mesma data em que seria disputado o segundo jogo entre Fortaleza e Ceará, a FCF recebeu um ofício do MPCE solicitando que a partida fosse disputada de portões fechados. Segundo o órgão, foi realizada no dia 26 de setembro de 2024 uma reunião entre algumas torcidas organizadas dos clubes finalistas, que decidiram entre si que o jogo de volta da final deveria ocorrer de portões fechados.

Vale salientar que a FCF, o Fortaleza Esporte Clube e o Ceará Sporting Club não foram convidados em nenhum momento para esta reunião com o Ministério Público, deixando de fora deste encontro tanto a organizadora da competição (FCF) quanto os times envolvidos na decisão. Ressaltamos ainda que os clubes não autorizam que suas torcidas organizadas falem em seus nomes, não sendo acatada qualquer decisão tomada pelas mesmas.

Considerando que a entidade teve conhecimento do pedido há apenas pouco mais cinco horas antes do início da partida e não foi solicitada por nenhum dos dois clubes envolvidos e nem pela Polícia Militar, a partida seria realizada com a presença dos torcedores. Ainda que a decisão fosse aceita pela entidade, não teríamos tempo hábil para informar aos torcedores que o jogo aconteceria de portões fechados, o que poderia causar um tumulto ainda maior nos portões do estádio.

A Federação Cearense de Futebol reforça o seu compromisso com o MPCE no combate à violência, mas necessita, de forma antecipada e com a presença das partes legitimamente interessadas, juntamente com os órgãos de segurança, ser ouvida para que se alcance o melhor entendimento entre todos os legitimamente envolvidos.

Em relação ao efetivo militar presente na partida, estava previsto no plano de ação do jogo, enviado no dia 25 de setembro de 2024, que a estimativa de público seria de dois mil torcedores."