Dorival vê "expectativa excessiva" sobre Vinicius Júnior na seleção brasileira

Comandante da Amarelinha diz que atacante do Real Madrid precisa de sequência para melhorar desempenho e faz elogios a Rodrygo

Logo após anunciar a convocação da seleção brasileira para as partidas contra Chile e Peru, pelas Eliminatória, na última sexta-feira, 27, o técnico Dorival Júnior falou sobre o momento de Vinicius Júnior na Amarelinha.

O treinador foi questionado dos motivos pelos quais o atacante do Real Madrid não tem conseguido desempenhar na seleção da mesma maneira que atua em seu clube. Dorival admitiu que o jogador não está no seu melhor nível com a camisa do Brasil, mas pediu paciência e fez um alerta.

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O comandante crê que existe uma expectativa "excessiva" em cima do atleta, que, na visão de Dorival, ainda é apenas um "garoto". O atacante de 24 anos, apesar de irregular na seleção, é um dos destaques do Real Madrid e um dos principais candidatos ao prêmio de melhor do mundo da última temporada.

 

Dorival, ainda, comparou a situação de Vini a Neymar, que também foi altamente cobrado por desempenho no Brasil desde sua estreia na Amarelinha, em 2010. O jogador do Real Madrid soma cinco gols e cinco assistências na Seleção em 35 jogos disputados.

"De um modo geral, é um trabalho de todos nós. Primeiro por gerar uma expectativa excessiva em cima de um garoto. Nenhum jogador tem que ter uma obrigação elevada de entregar resultados a todo momento. Acompanhamos todo o processo envolvendo o Neymar, vimos que não seria um caminho saudável. Primeiro de gerar uma expectativa excessiva e depois de nós mesmos termos uma frustração em cima do que esperávamos. Acho que temos que dar continuidade ao Vini, como a qualquer outro atleta", avaliou o comandante.

"Dentro de uma equipe, sempre entendi que as responsabilidades precisam ser divididas. Desde o presidente até o último funcionário, temos que ter nossas obrigações e cobranças por cada função, mas tudo isso pautado em cima de um equilíbrio, que gere um ambiente saudável para que o atleta possa desenvolver o seu melhor dentro da capacidade que possui. Acredito que nós precisamos ter tranquilidade para aguardar o momento em que tudo isso desabroche. É natural a preocupação", analisou o treinador.

 

"Nunca pedi para termos uma equipe engessada, posicional. Sempre dei liberdade para que o atleta tenha funções e possa executar tudo aquilo que imagina, desde que se responsabilize por cada condição. Que não abra mão de ser coletivo, mas que possa usar sua individualidade em momentos oportunos. Todos estamos esperando mais não só do Vini, mas também do Dorival, do Rodrigo Caetano, um pouco mais de cada atleta e membro da comissão. Aí sim teremos uma equipe forte, e as individualidades farão diferença", acrescentou.

Rodrygo em alta na seleção

Outro jogador que nutre enorme expectativa dos brasileiros é Rodrygo, também do Real Madrid. Ao contrário do seu companheiro de clube, o atacante tem apresentado um rendimento mais consistente pela Seleção, apesar de algumas oscilações.

Pela segunda vez consecutiva, o atleta apareceu na lista entre os meio-campistas. Em coletiva, Dorival Júnior elogiou a versatilidade do atacante de 23 anos e não vê problemas em escalá-lo como armador do time. Com a Amarelinha, o jogador colocou sete bolas na rede em 29 partidas, além de distribuir duas assistências.

"O Rodrygo tem uma característica única de se adaptar bem à muitas funções. Joga nas duas posições de ataque e no meio. Não vejo problema nenhum. Dou liberdade para que ele possa trabalhar nessa condição. Precisamos ter uma coordenação, que faça com que tenhamos mais ataque à profundidade, isso é fundamental", ponderou o treinador.

"São jogadores que gostam de jogar com a bola nos pés. O ataque à última linha das equipes faz com que você estique o campo de ataque e, com isso, a possibilidade de criação aumenta. Estamos trabalhando nisso para termos uma possibilidade de criação ampliada em cima do volume que temos com bola nos pés. Além disso, o próprio Raphinha vem atuando em uma função que nos dá possibilidade de ter um homem no meio a mais", afirmou.

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