FCF pede ao STJD que suspenda jogos em Pernambuco após atentado ao Fortaleza

Federação Cearense de Futebol solicita ao Tribunal que não haja partidas de competições da CBF em solo pernambucano até que "seja efetivamente comprovada" a segurança das equipes visitantes

O atentado de torcedores do Sport contra a delegação do Fortaleza na Região Metropolitana do Recife, na madrugada da última quinta-feira, 22, segue tendo repercussões no mundo do futebol. Nesta terça-feira, 27, a Federação Cearense de Futebol enviou pedido ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) que os jogos em Pernambuco sejam suspensos até que "seja efetivamente comprovada" a segurança das equipes visitantes, apurou o Esportes O POVO.

A Federação quer que "toda e qualquer" partida de competição chancelada pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) seja suspensa, "independentemente da agremiação mandante", até que haja comprovação de segurança dos times visitantes por parte do poder público de Pernambuco.

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Caso este pedido não seja acolhido, a FCF pede que o Sport seja proibido de usar os estádios de Pernambuco "até que seja efetivamente comprovada a capacidade de garantia dos órgãos de controle do estado de Pernambuco da segurança das equipes visitantes".

O terceiro pedido, caso os outros dois não sejam deferidos, é para que os times cearenses não atuem em praças esportivas pernambucanas. A manifestação, realizada pelos diretores jurídicos da FCF, Leandro Vasques e Eugênio Vasques, foi encaminhada ao presidente do STJD, José Perdiz de Jesus.

O pedido da FCF ao STJD

A entidade máxima do futebol cearense alega que a torcida do Sport pratica "de forma reiterada, violência exacerbada e desmedida, seja contra torcidas rivais, bem como entre seus próprios torcedores". O documento cita ainda levantamento do O POVO que aponta cinco ataques de torcedores do Sport contra Ceará e Fortaleza desde 2022 para cá.

"É imperioso destacar ainda que a sede de violência, sobretudo da Torcida Jovem do Sport (vulgo Camisas Amarelas) parece aflorar quando enfrenta times do Estado do Ceará", destaca a FCF. "Não se tratam de torcedores, mas de verdadeiros marginais, que como a própria palavra diz, vivem à margem da lei e não podem conviver em sociedade", afirma, em outro trecho.

O departamento jurídico da Federação indica dois artigos do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) para embasar o pedido: 211, que se refere a "deixar de manter o local que tenha indicado para realização do evento com infraestrutura necessária a assegurar plena garantia e segurança para sua realização"; e 213, que versa sobre "deixar de tomar providências capazes de prevenir e reprimir desordens em sua praça de desporto".

O atentado contra o Fortaleza

Na madrugada de quinta-feira, 22, no trajeto entre a Arena de Pernambuco, em São Lourenço da Mata, e Recife, o ônibus que levava a delegação do Fortaleza foi atacada com bombas e pedras por um grupo de cerca de 80 a 100 torcedores do Sport.

O atentado deixou seis jogadores feridos: o goleiro João Ricardo, o lateral-direito Dudu, os zagueiros Brítez e Titi, o lateral-esquerdo Gonzalo Escobar e o volante Lucas Sasha. De acordo com o CEO da SAF do Leão, Marcelo Paz, exames de corpo de delito mostraram que mais de 1.200 lesões foram identificadas dos atletas.

Atualizada às 21h33min

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