Justiça da Suíça anula sentença de Cuca em caso de abuso sexual

Processo foi extinto após ex-jogador alegar condenação à revelia

O Tribunal Regional de Berna-Mitteland, na Suíça, atendeu a orientação do Ministério Público e anulou a condenação de Alexi Stival, mais conhecido por Cuca, por abuso sexual à vulnerável, expedida em 1989, após julgamento de um caso ocorrido em 1987, quando Cuca estava no país europeu em excursão com o Grêmio, clube que o então jovem jogador defendia.

A Justiça invalidou o exame de DNA por observar que a realização não cumpriu as formalidades exigidas e por reconhecer que os resultados, à época, não eram confiáveis, de acordo com Gazeta Esportiva. Em abril de 2023, o jornal Der Bund, da Suíça, havia apontado que o sêmen do ex-atleta foi encontrado na vítima em perícia realizada pelo Instituto Médico Legal da Universidade de Berna. A informação veio à tona na mesma época em que o advogado da vítima desmentiu o ex-treinador, que havia alegado não ter sido reconhecido por ela.

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Além da invalidação do DNA, as autoridades reconheceram que Cuca foi julgado sem um advogado de defesa e também a prescrição do caso. Desta forma, o órgão determinou o pagamento de uma indenização ao comandante pelo tempo em que ficou preso (cerca de um mês) e por ele não ter tido direito a defesa no julgamento. Cuca ainda volta a ser "primário" para a Justiça.

Com a anulação, Cuca está aliviado e planeja voltar a trabalhar em breve. Ele está com 60 anos de idade e fora do futebol desde 26 de abril de 2023. Na ocasião, ele dirigiu o Corinthians na vitória por 2 a 0 sobre o Remo, na Neo Química Arena, que culminou com o triunfo do Timão nos pênaltis, por 5 a 4, e garantiu o clube nas oitavas de final da Copa do Brasil.

Aquele foi apenas o segundo jogo de Cuca à frente do Timão. Devido a forte pressão de jornalistas e parte da torcida, ele decidiu deixar o clube e o futebol para reabir o caso na Suíça.

Relembre o Caso Cuca

Cuca, na época jogador do Grêmio, foi detido ao lado de Eduardo Hamester, Henrique Etges e Fernando Castoldi, também atletas. Todos foram acusados de terem abusado sexualmente Sandra Pfäffli, que tinha apenas 13 anos, durante uma excursão do Tricolor Gaúcho na Europa.

Segundo a investigação da polícia local, a menina se dirigiu ao quarto de hotel dos jogadores gremistas com alguns amigos para pedir uma camisa do Grêmio. Os atletas, então, expulsaram os acompanhantes de Sandra e a abusaram sexualmente.

Após cerca de 30 dias presos em Berna, os jogadores foram liberados e retornaram ao Brasil. Depois de dois anos, Cuca, Eduardo e Henrique foram condenados à revelia a 15 meses de prisão por atentado ao pudor com uso de violência, enquanto Fernando foi condenado por estar envolvido no ato de violência. Como o Brasil não extradita seus cidadãos, eles não chegaram a cumprir a pena.

O caso ganhou grande repercussão quando Cuca assumiu o comando do Corinthians. Diversos torcedores relembraram a acusação de abuso e condenaram a chegada do treinador, que deixou o cargo apenas seis dias depois. (Com Iara Costa)

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