Fifa e Conmebol irão visitar CBF antes de nova eleição na entidade

Entidades do futebol mundial e do futebol sul-americano expressaram preocupação pela condução da destituição de Ednaldo Rodrigues, que foi decidida pela Justiça Comum. Futebol brasileiro pode ser afetado

A Fifa, em conjunto com a Conmebol, deve fazer uma visita à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) antes que novas eleições ocorram após a destituição de Ednaldo Rodrigues do cargo de presidente da entidade. A entidade máxima do futebol enviou um documento ao órgão nacional informando que irá enviar representantes ao Brasil para que uma "análise da situação" seja feita e pediu que a nova eleição ocorra apenas após essa visita.

Ednaldo Rodrigues foi destituído do cargo de presidente da CBF após decisão da 21ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro no dia 7 de dezembro. O ex-mandatário solicitou recurso pela própria Justiça Comum, que foi negado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). O interino no comando da maior instituição de futebol do país atualmente é José Perdiz, presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).

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Segundo reportagem do Uol, a Fifa não reconhece, no entanto, a nomeação de Perdiz. De acordo com o documento, a visão da entidade é que Hélio Santos Menezes, diretor mais velho da CBF, deveria ter assumido a gestão da entidade, conforme estatuto. 

Futebol brasileiro pode ser afetado

A briga de poder na CBF pode afetar diretamente o futebol brasileiro. Por envolver a Justiça Comum, e não a Desportiva, na destituição de Ednaldo Rodrigues, a CBF pode ser suspensa pela Fifa. A decisão de suspensão poderia acarretar na participação de times em competições internacionais e também na atuação da seleção brasileira em competições oficiais da Fifa, como as Eliminatórias da Copa.

Como ocorreu a queda de Ednaldo Rodrigues da CBF

O Ministério Público do Rio de Janeiro moveu uma ação contra a CBF em 2018. A alegação era que a entidade funcionava em alguns âmbitos em desacordo com a Lei Pelé. Ao assumir como vice-presidente após o afastamento de Rogério Caboclo, Ednaldo cravou um Termo de Acordo de Conduta (TAC) com o Ministério Público. Na avaliação dos desembargadores que destituíram Ednaldo, o termo é ilegal sob a alegação que o Ministério Público não tem legitimidade para interferir em assuntos da Confederação, uma entidade privada.

A CBF alegou anteriormente estar sendo vítima de um golpe planejado por Marco Polo Del Nero e Ricardo Teixeira, ex-presidentes da instituição. Conforme reportagem do UOL, Del Nero e Teixeira estaria comandando um movimento para tirar Ednaldo do topo da entidade máxima do futebol brasileiro, produzindo dossiês contra o até então mandatário em conjunto com outros membros internos da CBF que são de oposição.

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