Árbitra Edina Alves comenta busca por espaço e fala de cobranças
A paranaense de 42 anos foi uma das homenageadas na 50ª Noite das Personalidades Esportivas. Na oportunidade, elas comentou sobre as dificuldades da carreira de árbitraHomenageada na 50ª Noite das Personalidades Esportivas, a árbitra Edina Alves Batista é um dos principais nomes da arbitragem no Brasil. Em entrevista exclusiva ao Esportes O POVO no evento organizado pelo jornalista Sérgio Ponte, a paranaense de 42 anos comentou sobre a busca das mulheres por espaço no futebol. Ela ressaltou ainda as dificuldades da carreira, assim como a pressão e as cobranças na área, seja masculina ou feminina.
“Não é fácil estar na arbitragem, nem homem e nem mulher. A gente vem buscando nosso espaço, buscando acertar. O árbitro quando ele erra não é porque ele quer não, se não ele vai ficar em casa sem escala e vai ficar sofrendo. Mas, somos seres humanos e passíveis de erros e, às vezes, pelo posicionamento acabamos errando por não ver o lance corretamente”, destaca.
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Edina fez questão de receber o prêmio de personalidade nacional pessoalmente e tornou-se a primeira mulher em 50 anos a ganhar o troféu. Após a cerimônia, Edina celebrou o momento. “Eu não sabia que tinha sido a primeira mulher a vencer, e a honra é maior ainda. Que venham outras mais e mais. Queria agradecer ao carinho maravilhoso daqui. Quando o Sérgio me mandou a mensagem falando da homenagem, eu fiquei muito feliz. Eu gosto muito do Ceará e pretendo vir mais vezes, é muito acolhedor”, contou.
No evento, ela dedicou o prêmio a todos que lhe proporcionaram oportunidades durante a carreira. A árbitra lembrou de um episódio emocionante em um jogo do Ceará, no Castelão. Na ocasião, uma menina que ficou esperando para tirar uma foto com ela e mãe relatou que a jovem aguardava todas as partidas que Edina apitaria para ir ao estádio.
“Eu dedico esse prêmio a todos que acreditaram em mim, me deram oportunidade e torcem por mim. Aqui em Fortaleza eu vim em um jogo do Ceará e foi muito emocionante. Tinha uma menina me esperando para tirar foto depois de duas horas e a mãe dela disse que ela fica perguntando quando vai ter jogo meu para ela ir. São pessoas assim que fazem mais ainda eu buscar e conquistar mais coisas para o Brasil, quando a gente está lá fora representando, e também para a mulher no campo de jogo”, frisou.
Edina é uma das árbitras brasileiras que integra o quadro da Fifa. A paranaense de 42 anos conquistou o escudo em 2016. Ela fez história como a primeira mulher a comandar um jogo do Mundial de Clubes masculino, em 2021. Ela é uma figura constante nos jogos das principais competições do futebol brasileiro, além de já ter apitado a Copa do Mundo Feminina e a Copa do Mundo Sub-17, ambas em 2019.
Cobranças à arbitragem
Alvo de críticas, a arbitragem foi um dos pontos citados por Edina. Ela comparou os erros de árbitros com falhas de jogadores e lembrou que atletas não são cobrados na mesma proporção. A paranaense destacou que todos estão passíveis a errar, mas que o grande problema é o tratamento dado aos profissionais do apito.
"Às vezes um mau posicionamento, uma leitura errada, é igual um jogador. Quantas vezes um jogador erra um passe, erra um gol, a bola passa é só ele jogar para dentro, o goleiro já caiu e ele não consegue e ele não é tão cobrado quanto o árbitro. As pessoas colocam que quando o árbitro erra é crucial, mas quando o jogador perde um gol sozinho, perde um pênalti que vale um campeonato? Então, são seres humanos que estão passíveis a erros. O problema é a maneira como as pessoas olham para o árbitro”, pontua.