Por atos racistas na Libertadores, torcedores de River e Boca são banidos de estádios argentinos

Torcedor que jogou uma banana no local onde estava a torcida do Fortaleza, no Monumental de Núñez, ainda poderá ter que pagar a multa financeira aplicada ao River Plate

17:15 | Mai. 04, 2022

Por: Brenno Rebouças
Torcedor do River Plate joga bananas na torcida do Fortaleza em jogo da Libertadores. O caso é tratado como racismo. (foto: Reprodução)

O torcedor do River Plate-ARG que jogou uma banana para o local onde a torcida do Fortaleza estava no Monumental de Núñez, no jogo entre as duas equipes, realizado em 13 de abril, foi punido pelo Ministério de Justiça e Segurança da Cidade de Buenos Aires com a proibição de frequentar estádios da capital argentina por quatro anos.

Além da sanção por gestos racistas, Gustavo Sebastián Gómez poderá ter que pagar a multa de 30 mil dólares (cerca de R$ 150 mil) imposta ao River Plate pela Conmebol. O clube já recorreu da decisão e informou que se a multa não for retirada, será transferida para a pessoa identificada como responsável pelos gestos.

Para isso, o clube argentino pretende processar o envolvido por danos e prejuízos, a fim de recolher dele o valor da multa, caso ela se mantenha, para que “a conduta de um torcedor não prejudique toda a instituição”, segundo informações do diário Olé.

A decisão da justiça argentina se soma à pena que Gómez já havia tomado do próprio time. Ele foi suspenso por 180 dias da comunidade Somos River, além da obrigação de participar de um curso sobre direitos e garantias de todas as pessoas em uma instituição da Argentina.

No boletim de ocorrência feito contra o torcedor no mesmo dia da partida em Buenos Aires, foi registrado ato de "discriminação, provocação e arremesso de coisas ou substâncias, no caso uma banana, numa mensagem claramente discriminatória”.

Já o torcedor do Boca Juniors que foi preso por fazer gestos racistas no jogo contra o Corinthians, na Neo Química Arena, no dia 26 de abril, também foi afastado dos estádios de Buenos Aires, mas por dois anos.

Depois de passar a noite numa delegacia de São Paulo, Leandro Ponzo teve que pagar fiança de R$ 3 mil para ser liberado. Ele foi acusado do crime de difamação racial e o caso dele ainda está aberto, podendo ter pena de um a três anos de prisão.

As resoluções foram assinadas pela subsecretária de Segurança Cidadã e Ordem Pública, Elizabeth Caamaño, como autoridade competente, e ambos serão incluídos na lista do programa Tribuna Segura, a cargo do Comitê de Segurança do Futebol.