Justiça da Suíça acusa Blatter e Platini de fraude

Caberá agora ao Tribunal Criminal Federal de Bellinzona validar a acusação e decidir se instaura um processo contra os dois ex-dirigentes, também acusados de "gestão desleal", "abuso de confiança" e "falsificação de títulos"

15:10 | Nov. 02, 2021

Por: Gazeta Esportiva
Ex-presidentes da FIFA e da UEFA respondem por outras acusações além de fraude. (foto: Divulgação/UEFA)

O ex-presidente da Uefa, o francês Michel Platini, e o ex-presidente da Fifa, o suíço Sepp Blatter, foram acusados por diversos crimes, incluindo um de “fraude”, no caso do pagamento suspeito que os baniu desde 2015 dos órgãos dirigentes do futebol mundial. O anúncio foi realizado nesta terça-feira pelo Ministério Público suíço.

Caberá agora ao Tribunal Criminal Federal de Bellinzona validar a acusação e decidir se instaura um processo contra os dois ex-dirigentes, também acusados de “gestão desleal”, “abuso de confiança” e “falsificação de títulos”.

Depois de seis anos de investigação, eles foram acusados de “ter acordado ilicitamente um pagamento de 2 milhões de francos suíços da Fifa” (R$ 12,4 milhões), “a favor de Michel Platini”, segundo comunicado do MP.

O francês foi conselheiro de Sepp Blatter entre 1998 e 2002, em seu primeiro mandato na Fifa, de acordo com um contrato escrito, assinado em 1999, que acordava uma remuneração anual de 300.000 francos suíços (R$ 1,86 milhão), “faturado pelo Sr. Platini e pago integralmente pela Fifa”.

Em 2011, “mais de oito anos após o fim da sua atividade de conselheiro”, o ex-capitão da Seleção Francesa “assumiu uma dívida de 2 milhões de francos suíços”, paga pela instância de futebol “com o auxílio” de Sepp Blatter, e julgada “sem fundamento” pelo MP.

Desde o início das investigações, os dois homens alegam que acordaram verbalmente um salário anual de um milhão de francos suíços (R$ 6,2 milhões atualmente) para este trabalho de assessoria, sem que as finanças da Fifa permitissem na época o pagamento a Platini, que foi simplesmente saldado com atraso. A fraude pode levar a cinco anos de prisão “ou a uma pena pecuniária” na lei suíça.