Ceará tem a menor dívida e Fortaleza a terceira menor do top 20 dos clubes do Brasil
Em 2020, os clubes do futebol brasileiro sofreram forte impacto devido à pandemia da Covid-19 e tiveram uma das piores temporadas em termos financeiros
09:42 | Mai. 04, 2021
O Ceará foi o clube do top 20 dos times do Brasil que apresentou a menor dívida em 2020, enquanto o Fortaleza registrou a terceira menor. No ano passado, os clubes do futebol brasileiro sofreram forte impacto devido à pandemia da Covid-19 e tiveram uma das piores temporadas em termos financeiros.
Conforme estudo da Sportsvalue, os top 20 times do país apresentaram déficits conjuntos de R$ -1,03 bilhão e as dívidas passaram pela primeira vez de R$ 10 bilhões.
Os top 20 clubes, que geraram a maior receita da história em 2019, R$ 6,1 bilhões, viram o valor cair para R$ 5,1 bilhão em 2020. A redução, aliás, só não foi maior porque muitos clubes cresceram em receitas com transferências, o que amenizou os impactos. As receitas com transferências somaram R$ 1,6 bilhão em 2019, valor recorde, enquanto em 2020 chegaram a R$ 1,5 bilhão (tombo de 5,6%).
Com essa queda, as dívidas cresceram. Os déficits somados atingiram pela primeira vez na história R$ 1 bilhão, representando uma alta de 39%. Em 2019, os débitos foram de R$ 721 milhões. Já em 2018 foram de R$-35 milhões. Nos últimos 18 anos o valor já supera os R$ 3,5 bilhões.
O time mais endividado é o Atlético-MG, que está construindo seu estádio, com R$ 1,2 bilhão. Essa, inclusive, é a primeira vez que um clube apresenta esse valor. Na sequência, aparecem Cruzeiro, com R$ 962,5 milhões, e Corinthians, com R$ 949,2 mi. Os dois, aliás, passaram o Botafogo, que era até então a equipe mais endividada do Brasil.
Com a crise, portanto, os clubes buscaram reduzir os custos. Os gastos com futebol, que estavam em R$ 4,9 bilhões em 2019, foram reduzidos em 10% e chegaram a R$ 4,4 bilhões em 2020. Cruzeiro, Vasco e São Paulo foram os que apresentaram redução mais concreta. O Tricolor Paulista teve uma redução de 22% (R$ 423,7 milhões em 2019 contra R$ 332,2 mi em 2020), enquanto a Raposa teve 43% e o Cruzmaltino 23%.
A queda dos custos dos clubes, no entanto, não foi proporcional ao corte nas receitas. Assim, o indicador Custo Futebol/ Receita total piorou. Na média, passou de 79% das receitas para 87%. Muitos times gastam mais com futebol do que produzem de receitas, por isso tamanhas perdas.
Gazeta Esportiva
com Esportes O POVO