A revolução do futebol feminino brasileiro
Aline Pellegrino, coordenadora de competições, fala sobre as mudanças na CBF, nos torneios e na maneira como a sociedade brasileira vê a modalidadeA final do Brasileirão feminino aconteceu em dezembro passado, com vitória de 4 a 2 do Corinthians sobre o Avaí Kindermann. Um campeonato que está sendo encarado, por muitos como um verdadeiro divisor de águas. Tudo indica que, finalmente, as mulheres estão sendo respeitadas da maneira que merecem. E tudo começou com importantes decisões tomadas a partir do ano passado.
A escolha de Pia Sundhage para comandar a seleção brasileira foi o primeiro sinal de mudança. Umas das maiores técnicas da história da modalidade, com três medalhas olímpicas: duas de ouro com os Estados Unidos, uma de prata com a Suécia. E não é só pelo currículo. Ela chegou depois de uma inexplicável passagem de Vadão, que substituiu Emily Lima sem ninguém entender muito bem o porquê. A contratação de Pia foi uma mensagem da CBF, finalmente acatando o que todas pediam: mulheres comandando o futebol feminino brasileiro.
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Depois de Pia, mais e mais mulheres chegaram. Na comissão técnica das seleções Sub-17 e Sub-20, com Duda Luizelli na coordenação das seleções, Aline Pellegrino na coordenação de competições. “Não é uma questão de receber amor e carinho. É uma questão de desenvolvimento, governança, de ações profissionais sólidas”, diz Aline.
E essas ações já puderam ser observadas nesse histórico campeonato brasileiro que acabou com o título do Corinthians. Desde a chegada de patrocinadores fortes, a partidas sendo disputadas em estádios como a Arena Corinthians e o Allianz Parque, passando pela utilização do VAR a partir das semifinais. Primeiro campeonato feminino nacional do mundo a utilizar a tecnologia de vídeo.
Junto à chegada de Aline Pellegrino, foi anunciada a equiparação salarial de jogadores e jogadoras das duas seleções do Brasil. Uma ação tão importante que teve repercussão no mundo inteiro. Mais recentemente, foi lançado um uniforme exclusivo para a seleção feminina, sem as cinco estrelas no símbolo que representavam os títulos mundiais conquistados pelos homens.
Depois de muitas expectativas e sonhos frustrados, parece que dessa vez o projeto da CBF é sério. Quem sabe assim, a seleção brasileira volte a ser favorita em sites de aposta esportivas online em qualquer posição que dispute! Talento para isso, o Brasil tem de sobra.