Com coronavírus, Ciel relata drama familiar, perda de sobrinha e faz apelo sobre volta do futebol

Jogador pede cautela sobre retomada do futebol e conta situação familiar após ele, a esposa e uma das filhas testarem positivo para a Covid-19

17:24 | Mai. 11, 2020

Por: Lucas Mota
Até a pausa do futebol, Ciel defendeu o Guarany de Sobral no Campeonato Cearense (foto: FÁBIO LIMA/O POVO)

O atacante Ciel, ex-Ceará e atualmente no Guarany de Sobral, foi entrevistado nesta segunda-feira, 11, no programa Futebol do POVO e relatou o drama familiar após ele, a esposa e uma das filhas testarem positivo para o coronavírus. Isolado em casa, o jogador explicou que não tem apresentado nenhum sintoma da doença, mas precisou se afastar da filha mais nova.

Depois de a esposa apresentar dores de cabeça, a família fez o teste na quarta-feira, 13, e recebeu a confirmação da doença no dia seguinte. A filha mais nova do casal não foi diagnosticada com a Covid-19. Para se isolar dos pais e da irmã, ela ficará na casa de uma tia vizinha até que os parentes estejam curados.

"Vamos fazer outros exames para saber se o vírus ainda está no corpo, se já estamos livres. A gente está separado da nossa filha pequena. Ela chora todo dia, está na casa ao lado, com a tia, e querendo voltar. E a gente vê ela chorando e tenta explicar a situação", comentou Ciel.

O jogador contou que a esposa e a filha mais velha do casal estão bem. As duas reclamam apenas de dores de cabeça. Sem sintomas, o atleta tem tentado acalmá-las e torce para que a situação seja normalizada o quanto antes. "Oro bastante para que as pessoas internadas saiam dessa, que possam ir para as suas casas. Não fomos internados. É tudo no tempo de Deus. Agradeço por estarmos em casa", afirmou.

Em meio à pandemia, Ciel revelou ter perdido uma afilhada para a doença. O jogador e a esposa sempre postavam fotos com a sobrinha nas redes sociais e a tinham como filha.

"Há duas semanas a gente perdeu a nossa afilhada. Todo mundo conhecia, sabe que faz parte da nossa vida. Não cicatrizou e jamais vai cicatrizar. Temos que cuidar da nossa saúde. A gente pegou e está bem, mas têm pessoas que pegam e não suportam."

"FUTEBOL É BOM, MAS A SAÚDE É MELHOR"

Com o futebol paralisado devido à pandemia, o atacante fez um apelo para que o meio esportivo tenha calma e responsabilidade na retomada às atividades. "Futebol é bom, é gostoso, mas a saúde é melhor. É preciso dar uma segurada. Envolve muita gente, não é só o jogador. O futebol pode voltar com estádio vazio, mas tem jogador, o bandeirinha, o árbitro, os profissionais da saúde. Vamos tirar a aglomeração do torcedor, mas dentro de campo vai ter. Muitas pessoas estão perdendo a vida."

Assista à entrevista completa: