Em processo de modernização, estádio Romeirão completa 50 anos de existência
Referência no Cariri, estádio Mauro Sampaio foi inaugurado em 1970 e já recebeu personagens ilustres como Pelé, Garrincha e Sócrates
Nem todo torcedor cearense sabe onde fica o estádio Mauro Sampaio, mas se falar Romeirão, a cidade de Juazeiro do Norte vem logo à cabeça. A praça esportiva é uma das principais do Estado do Ceará, especialmente para o interior, e alcança os 50 anos nesta sexta-feira, 1º, sob reformas para modernização.
A nomenclatura do Romeirão não é um escolha aleatória. Mauro Sampaio foi o prefeito de Juazeiro do Norte que inaugurou o estádio, que tem o apelido desde o início. Partidas para três dias consecutivos foram marcadas para celebrar a entrega do equipamento, que foi comparado pela imprensa da época ao estádio Presidente Vargas, da Capital.
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O jogo de abertura foi um amistoso, em 1º de maio de 1970, também uma sexta-feira. O amistoso colocou frente a frente o Fortaleza, nas vésperas de um Clássico-Rei, diante do Cruzeiro. Os mineiros levaram a melhor, vencendo por 3 a 0. Antes de voltar para Belo Horizonte, a Raposa ainda encarou o Ferroviário, no mesmo palco, no domingo. Os refletores da praça esportiva, no entanto, foram inaugurados no sábado, com duas partidas envolvendo a Seleção de Juazeiro, o Icasa e uma equipe de Alagoas.
O Romeirão ficou três anos abrigando apenas partidas da Liga Desportiva Juazeirense, até Icasa e Guarani se profisisonalizarem, em 1973 e 1974, respectivamente, e jogos oficiais serem marcados para o estádio.
Personagens importantes do futebol brasileiro jogaram no gramado do estádio Mauro Sampaio. Garrincha, em 1972, vestindo a camisa do Olaria, Pelé, em 1974, pelo Santos, além de Sócrates, com o Corinthians, em 1984. Aliás, o doutor fez seu último jogo em solo brasileiro antes de se transferir para o futebol italiano no Romeirão. Foi no amistoso contra o Vasco da Gama, que terminou em 3 a 0 para o Timão.
Sócrates não balançou a rede naquele 3 de junho, mas foi bastante aplaudido pela torcida. Em entrevista ao O POVO, o jogador disse que era especial fazer seu último jogo ali e justificou: “porque não passa por aqui todos os dias grandes equipes de futebol”. Ele ainda completou, afirmando que “o mais significativo está no fato de brindarmos esse povo, com a necessidade de se acabar com as injustiças na região e com mudança de mentalidade de todos”.
O maior público que o Romeirão já viu, porém, foi em 27 de novembro de 1977, num amistoso entre o combinado Icasa-Guarani e Fluminense. O placar terminou em 2 a 2 e o duelo aconteceu para um público de 21.819 pagantes, gerando uma renda de 476.315,00 mil cruzeiros.
Na história moderna, o Romeirão viu jogos decisivos nas finais de Campeonato Cearense, com as boas campanhas de Icasa (2005, 2007 e 2008) e do Guarani (2011), além das participações do Verdão do Cariri na Série B do Brasileiro, em 2011, 2013 e 2014.
O Romeirão tem ainda algo em comum com o Castelão. O artilheiro de ambos é Geraldino Saravá. No Mauro Sampaio ele marcou 72 gols.
No ano passado o Romeirão entrou em obras. O Governo do Estado vai investir, no total, R$ 70 milhões na modernização do estádio, que terá capacidade para 17 mil pessoas e servirá de arena multiuso. Toda a estrutura ao redor do gramado foi derrubada e está sendo reconstruída, o gramado já foi rebaixado e extraído. O novo equipamento contará com área de shopping, museu do futebol e restaurante. O prazo para entrega é no final de 2021.