"Roubo" na Bola de Ouro? Os momentos em que a premiação foi dita injusta

A Bola de Ouro, uma das maiores premiações do futebol, é alvo de polêmicas em 2024, após o surpreendente título de Rodri sobre o favorito Vinícius Júnior

A Bola de Ouro é, certamente, uma das principais premiações na história do esporte mundial. O prêmio é organizado anualmente pela revista francesa France Football, e, em algumas ocasiões, polêmicas surgiram em relação aos vencedores.

Em 2024, mais uma vez houve controvérsia, visto que o principal favorito da temporada foi Vinícius Júnior (Brasil e Real Madrid). No entanto, de forma surpreendente, quem foi escolhido por meio da “votação especializada” foi o volante Rodri (Espanha e Manchester City).

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Vini Jr e Real Madrid não comparecem à premiação da Bola de Ouro; CONFIRA

As controvérsias sobre os vencedores da Bola de Ouro são tão antigas quanto o próprio prêmio. Voltando à edição inaugural em 1956, a vitória do veterano inglês Stanley Matthews sobre Alfredo Di Stefano, do Real Madrid, não foi universalmente popular.

Jogadores com temporadas marcantes, que entraram para a história do esporte, encerraram suas carreiras sonhando com o título de “melhor jogador do mundo” e com o reconhecimento da Bola de Ouro como comprovação.

Bola de Ouro: jogadores injustiçados

Thierry Henry (2003 e 2004)

O Arsenal venceu a Premier League em 2001/02 e repetiu o feito ao ficar invicto durante toda a temporada 2003/04, algo inédito até hoje. Henry foi o jogador que realmente se destacou, uma combinação sublime de graça, equilíbrio, ritmo e força em seu auge. A falta de um título da Champions League para os Gunners talvez tenha contado contra ele.

O atacante francês, porém, acabou desbancado em sua melhor temporada por Pavel Nedved. O meio-campista tcheco venceu a Bola de Ouro de 2003, e nem foi de forma “acirrada”. A estrela da República Tcheca arrecadou 27 votos para o primeiro lugar, em comparação com oito para Henry e sete para o grande Paolo Maldini.

Nedved marcou nove gols e deu 10 assistências em 29 partidas, enquanto a Juventus conquistou títulos consecutivos da Série A em 2002/03. Ele também foi excelente na Liga dos Campeões, antes da derrota da Juve nos pênaltis para o AC Milan em uma das finais mais sombrias da memória viva. Um ano excepcional, mas, certamente, Nedved não era melhor jogador que Henry naquele momento.

Wesley Sneijder (2010)

Sneijder teve o azar de produzir a melhor temporada de sua carreira no início da era Lionel Messi e Cristiano Ronaldo. Após o triunfo de Ronaldo em 2008, Messi ganhou o segundo de quatro prêmios consecutivos em 2010, ano em que o prêmio passou a ser o FIFA Bola de Ouro.

Os triunfos de Messi em 2009 e 2011 foram indiscutíveis, pois ele estrelou um time do Barcelona que dominou a Espanha e a Europa. No entanto, o Barcelona caiu para a Inter de Milão nas semifinais da Liga dos Campeões de 2009/10, em uma vitória frequentemente creditada ao técnico José Mourinho.

Sneijder foi excepcional, levando a Inter à tríplice coroa com a Série A, a Coppa Italia e a Liga dos Campeões.

Pior para o craque holandês, ele sequer subiu ao pódio; a participação de Xavi e Andres Iniesta no triunfo da Espanha na Copa do Mundo (sobre Sneijder e a Holanda na final) contribuiu para uma varredura limpa do Barcelona na premiação.

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Robert Lewandowski (2020 e 2021)

Lewandowski foi o craque do Bayern de Munique que conquistou a tríplice coroa da Bundesliga, Copa da Alemanha e Liga dos Campeões em 2019/20, marcando incríveis 55 gols em 47 jogos.

No entanto, a pandemia do coronavírus fez com que a France Football decidisse não conceder a Bola de Ouro em 2020. Dificilmente alguém além de Lewandowski merecia o prêmio naquele ano.

Ele se destacou novamente com outra temporada fenomenal pelo Bayern em 2020/21. No entanto, após serem eliminados pelo PSG nas quartas de final da Liga dos Campeões, Messi acabou conquistando a premiação, especialmente por liderar a Argentina à Copa América de 2021 no Brasil.

Erling Haaland (2023)

A não vitória de Haaland em 2023 se tornou um tema controverso logo após a confirmação da vitória de Messi. Em sua temporada de estreia no Manchester City, Haaland marcou 52 gols em 53 jogos, incluindo um recorde na Premier League, com 36 gols em uma só campanha.

O time de Guardiola varreu os adversários, conquistando a tríplice coroa. Em qualquer outro ano, a premiação seria indiscutível, mas o título mundial de Messi pesou na decisão.

Bola de Ouro: vencedores contestáveis

Michael Owen (2001)

No auge, Michael Owen era eficaz em fazer gols, mas estatisticamente, 2000-01 foi apenas sua terceira melhor temporada.

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Com 16 gols e três assistências na Premier League, não parece justificar a Bola de Ouro para Owen, especialmente considerando jogadores como Raúl, Zidane e Henry, que teriam mais motivos para receber o prêmio.

Pavel Nedved (2003)

Nedved era um bom jogador e subestimado, mas premiá-lo com a Bola de Ouro foi polêmico. Henry teve sua melhor temporada em 2002-03, com 24 gols e 20 assistências na Premier League. Até mesmo Paolo Maldini, vencedor da UCL pelo Milan, teria sido uma escolha aceitável.

Fabio Cannavaro (2006)

A essa altura, os eleitores da Bola de Ouro: "Ei, Cannavaro tem sido muito bom há algum tempo, nós desprezamos Maldini e agora ele está velho demais, então deveríamos dar o prêmio ao próximo melhor zagueiro italiano."

Em 2006, a France Football premiou Cannavaro, que vinha de uma excelente temporada, mas Ronaldinho e Henry também tiveram anos de destaque. Buffon ficou em segundo, e outros quatro italianos receberam votos, revelando o encanto dos eleitores pelo time campeão da Copa do Mundo de 2006.

Luka Modric (2018)

Após levar a Croácia à final da Copa do Mundo, Modric quebrou o domínio de Messi e Ronaldo, mas teve apenas três gols e 11 assistências em 2018. Mohamed Salah, com 32 gols, e Harry Kane, com 30, sequer chegaram ao top 5, enquanto Messi, o maior artilheiro europeu, terminou em quinto. Não foi um bom ano para os eleitores.

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