Ceará: em busca do equilíbrio

Vagner Mancini tem protagonizado bom início no Ceará, marcado por efetividade ofensiva e defensiva

Paralelo aos detalhes do jogo, e isso inclui aspectos táticos e capacidade de variação em campo, o início de trabalho de Vagner Mancini em 2024 tem sido marcado por um elemento importante: o equilíbrio. Em oito jogos disputados na atual temporada, o comandante conseguiu incorporar ao Ceará um efetivo desempenho nos dois pólos da equipe, ofensivo e defensivo — trunfo este que, caso mantido, pode ser um diferencial importante mais pra frente.

"O equilíbrio é o que me sustenta no cargo. Essa é a verdade. Os resultados estão ligados ao equilíbrio da tua equipe. Todo mundo que assiste futebol, entenda muito ou pouco, enxerga futebol. Qualquer torcedor sabe se o time dele defende bem ou mal ou se ataca bem ou mal", disse Mancini em entrevista exclusiva ao O POVO no fim de 2023, naquela época já projetando o trabalho que faria no Alvinegro em 2024.

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E esse tem sido o tom buscado por Mancini. Em números, embora o nível dos desafios ainda não tenham sido tão altos, com exceção do eletrizante Clássico-Rei pelo Estadual, que terminou empatado em 3 a 3, o Ceará finalizou a primeira fase do Campeonato Cearense com a melhor defesa e o melhor ataque — 16 gols marcados e apenas quatro sofridos.

No Nordestão, mesmo utilizando uma equipe totalmente reserva em dois difíceis jogos fora de casa, contra a Juazeirense-BA e o Náutico, o Vovô não foi vazado. O único tento sofrido aconteceu contra o Altos-PI, no Castelão. Assim, na competição regional, o Alvinegro também aparece em destaque e divide o posto de melhor defesa com o CRB-AL. No ataque, foram dois tentos anotados na "Lampions".

A boa solidez vai de encontro com as ideias táticas que Mancini tem desenvolvido no dia a dia em Porangabuçu. Assumidamente ofensivo, o treinador gosta de explorar jogadas em linha de fundo utilizando os laterais bem avançados junto aos pontas. Isso, muitas vezes, cria situações de superioridade numérica sobre a defesa adversário, proporcionando espaços para triangulações e infiltrações na área.

Quando a construção ofensiva não sai como esperado, entra uma outra característica implementada pelo treinador: a pressão pós-perda. Como costuma ter muitos jogadores no campo adversário, os jogadores do Vovô tentam recuperar a posse ali mesmo para não sobrecarregar os defensores em situações no um contra um. Nem sempre funciona e o Vovô já sofreu contra-ataques perigosos. É um risco que se assume.

No Clássico contra o Fortaleza, Mancini adaptou a ideia. No primeiro tempo, quando foi melhor, o Alvinegro recuou as linhas para jogar em transição - fechou as pontas com marcação dupla em Pikachu e Moisés e cobertura dos zagueiros — e utilizou os dois volantes, Richardson e Castilho, para pressionar o portador da bola. São padrões que vão ganhando forma, apesar de existirem diversos ajustes a serem feitos, o que é natural.

 

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