MPF vê prevaricação, violência política e pede que PF investigue chefe da PRF
O inquérito também deve investigar se as abordagens feitas no último domingo, 30, dentro do horário de votação, afetaram o "livre exercício do direito de voto"
12:00 | Nov. 03, 2022
O Ministério Público Federal (MPF) pediu à Polícia Federal (PF) a abertura urgente de um inquérito sobre a conduta do diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, nas eleições de 2022.
O documento aponta indícios de prevaricação, violência política e omissão na desmobilização dos protestos que bloquearam estradas federais após a derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL). As interdições seguem após três dias em pelo menos 15 Estados.
A corporação vem repetindo que, desde que encontrou os primeiros bloqueios na estradas, "adotou todas as providências para o retorno da normalidade do fluxo".
O inquérito também deve investigar se as abordagens feitas no último domingo, 30, dentro do horário de votação, afetaram o "livre exercício do direito de voto".
Mesmo após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) proibir operações relacionadas ao transporte público de eleitores, a PRF fez ao menos 560 operações, com foco no Nordeste. Eleitores denunciaram abordagens irregulares e o PT encampou a narrativa de que a corporação foi usada politicamente para dificultar o voto na região, predominantemente lulista.
A versão da Polícia Rodoviária Federal é a de que as operações tinham o objetivo de combater o transporte irregular de eleitores, com base no Código de Trânsito.
A investigação sobre o diretor-geral da PRF foi requisitada a pedido de membros da 2.ª e da 7.ª Câmaras da Procuradoria Geral da República (PGR), compostas por subprocuradores-gerais da República. Eles apontaram "má conduta" na gestão da corporação e possível desvio de finalidade visando "interferir no processo eleitoral".
Silvinei Vasques pediu votos para Bolsonaro nas redes sociais na véspera do segundo turno. A publicação foi apagada após a repercussão na imprensa.
Leia mais
-
Lula participará da Conferência da ONU sobre o clima; Bolsonaro não deve ir
-
Bolsonaro responderá a queixa-crime e ações movidas por Dilma e Rosário
-
Post engana ao sugerir fraude relacionada a inserções de propaganda eleitoral do PL em rádios
-
É falso que mulher que faz o "L" em vídeo é servidora do TSE
-
Bolsonaro pede que manifestantes desobstruam vias no Brasil: "Protestem de outra forma"
-
Bolsonaristas comemoram informação falsa de que TSE identificou "erro grave" nas eleições
-
Padré é hostilizado por golpistas em Santa Catarina: "Sé é padre, é petista"
-
Defendida por atos golpistas, "intervenção federal" não existe no Brasil