Bolsonaro não comenta vitória de Lula, mas não questiona resultado e autoriza transição

A transição do governo deve começar na quinta-feira, 3

16:47 | Nov. 01, 2022

Por: Deusdedit Neto
A PF reiterou que o presidente cometeu o delito de incitação ao crime (foto: EVARISTO SA / AFP)

O presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), fez nesta terça-feira, 1º,  o primeiro pronunciamento após derrota na tentativa de reeleição. Ele não fez nenhuma menção à vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas não questionou o resultado apontado pelas urnas no domingo, 30. O chefe do executivo nacional afirmou ainda que vai continuar cumprindo a constituição.

Após a fala do presidente, o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), disse que o presidente autorizou a transição de governo que deverá começar na quinta-feira, 3. Há expectativa que o local direcionado à equipe de transição seja o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília.

Geraldo Alckmin - eleito vice-presidente na chapa de Lula - será o coordenador de transição para o governo lulista. 

Confira o pronunciamento de Bolsonaro: 

Confira a transcrição do discurso do presidente:

Quero começar agradecendo aos 58 milhões de brasileiros que votaram em mim no último dia 30 de outubro. Os atuais movimentos populares são fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral.

As manifestações pacíficas sempre serão bem-vindas, mas os nossos métodos não podem ser os da esquerda, que sempre prejudicaram a população, como invasão de propriedades, destruição de patrimônio e cerceamento do direito de ir e vir.

A direita surgiu de verdade em nosso País. Nossa robusta representação no Congresso mostra a força dos nossos valores: Deus, Pátria, família e liberdade. Formamos diversas lideranças pelo Brasil. Os nossos sonhos seguem mais vivos do que nunca. Somos pela ordem e pelo progresso.

Mesmo enfrentando todo o sistema, superamos uma pandemia e as consequências de uma guerra.

Sempre fui rotulado como antidemocrático e, ao contrário dos meus acusadores, sempre joguei dentro das quatro linhas da Constituição. Nunca falei em controlar ou censurar a mídia e as redes sociais.

Enquanto presidente da República e cidadão, continuarei cumprindo todos os mandamentos da nossa Constituição. É uma honra ser o líder de milhões de brasileiros que, como eu, defendem a liberdade econômica, a liberdade religiosa, a liberdade de opinião, a honestidade e as cores verde e amarela da nossa bandeira. Muito obrigado.

Colaborou repórter Luciano Cesário