Servidor exonerado do TSE compartilhava posts contra Lula e a favor de Bolsonaro
Alexandre Machado divulgou informações falsas pró-Bolsonaro, mas antes da campanha presidencial
18:05 | Out. 27, 2022
Exonerado do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o servidor Alexandre Gomes Machado compartilhou publicações a favor do presidente Jair Bolsonaro (PL) e contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas redes sociais. Na corte eleitoral, ele exercia a função de coordenador do pool de emissoras responsável pela distribuição da propaganda obrigatória no rádio e na TV.
Em post no Facebook, Alexandre divulgou uma informação falsa afirmando que a mulher do premiê do Canadá teria zombado da indicação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) para o posto de embaixador do Brasil nos Estados Unidos. A fake news foi excluída pela própria plataforma por violação aos princípios da rede social.
O servidor também compartilhou, em 2016, um vídeo com provocação de um humorista a Lula. O comediante afirmava ter vontade de ser vizinho do petista para assustá-lo de manhã tocando a campainha da casa dele. A publicação foi feita em meio às investigações da Operação Lava Jato, pouco antes da prisão de Lula.
Em outra publicação, Machado compartilhou um post falso do deputado bolsonarista Paulo Martins (PL-PR). O parlamentar divulgou um vídeo afirmando que um drone estaria sendo utilizado para disparar explosivos contra vizinhos. O conteúdo, no entanto, se tratava de uma sátira produzida por um humorista para um grupo de amigos.
Todas as publicações foram compartilhadas antes da campanha eleitoral deste ano. Formado em jornalismo, Alexandre Machado é lotado no Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal (TRE-DF) desde 2010 no cargo de analista judiciário.
No ano passado, ele foi destituído da Comissão de Prevenção e Enfrentamento do Assédio e da Discriminação. Colegas do servidor relataram ao Estadão que Alexandre era conhecido por fortes posicionamentos ideológicos.
O servidor, de acordo com os depoimentos, era contrário a pautas de gênero e resistia até mesmo a discussões sobre enfrentamento à violência contra a mulher.