Bolsonaro diz que Lula pode ter participado de supostas irregularidades na propaganda do rádio

Presidente disse que Lula pode ter atuado diretamente em suposto desvio de inserções a favor da campanha do petista

13:56 | Out. 27, 2022

Por: Luciano Cesário
Lula e Jair Bolsonaro (foto: Nelson Almeida / AFP)

O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quarta-feira, 26, que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pode ter participação direta nas supostas irregularidades em inserções da propaganda obrigatória no rádio.

"Está comprovado a diferenciação, o tratamento dispensado ao outro candidato, que poderia, não posso afirmar, até ter participação dele em algum momento", disse o presidente em coletiva de imprensa no Palácio da Alvorada.

Bolsonaro convocou os jornalistas para a entrevista minutos após o ministro Alexandre de Moraes ter determinado o arquivamento da denúncia apresentada pela campanha do candidato à reeleição. Segundo os advogados do presidente, Lula teve 114 mil inserções a mais do que Bolsonaro nas peças sonoras veiculadas nas rádios de todo o Brasil. 

Na decisão em que rejeitou a denúncia, Moraes alegou ausência de provas e pediu que a Procuradoria-Geral Eleitoral investigue possível crime eleitoral da campanha do presidente. O ministro disse haver indícios de que os autores da denúncia apresentaram a petição ao TSE com objetivo de tumultuar o segundo turno das eleições. 

Diante das suspeitas, Moraes determinou que os documentos enviados pelos advogados de Bolsonaro sejam incluídos no inquérito das milícias digitais, que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF). O presidente rebateu a medida e classificou a investigação como ilegal. 

"O senhor Alexandre de Moraes, no linguajar popular, matou no peito o processo e mandou para o Supremo [Tribunal Federal] para o inquérito de fake news que ele mesmo conduz. Um inquérito que ele é totalmente dono dele, que não segue a Constituição", afirmou Bolsonaro.

O presidente ainda disse que irá até "às últimas consequências" para reverter a decisão de Moraes. A campanha do presidente solicita a imediata suspensão da propaganda de rádio da coligação de Lula.