Roberto Jefferson teria premeditado ação contra policiais, aponta perícia da PF

Uma perícia realizada pela Polícia Federal na segunda-feira, 24, apontou indícios que o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) teria premeditado a reação violenta contra os agentes da corporação. No domingo, 23, policiais e um delegado tentaram cumprir um mandato de prisão contra Jefferson, como solicitado pelo ministro Alexandre de Moraes. Na data, o ex-deputado disparou contra os agentes, resultando em dois feridos.

O jornal Folha de S. Paulo teve acesso ao documento que deve ser finalizado nos próximos dias. A perícia tenta identificar se o vídeo de Jefferson, que motivou a prisão, também teria sido feito de propósito. A suspeita é que o ex-deputado montou o cenário após sua filha ter, na sexta-feira,21, divulgado nas redes sociais vídeo em que ele xinga Cármen Lúcia, dizendo termos como "prostitutas", "arrombadas" e "vagabundas".

Um tripé para gravação de imagens e fita adesiva utilizada nas granadas foram encontrados no local em que Jefferson foi preso. A perícia também encontrou marcas de 60 tiros de fuzil. Em depoimento, o político citou mais de 50, além de três granadas.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, decidiu que Jefferson deveria voltar à prisão preventiva pelo descumprimento de medidas cautelares impostas, como não postar nas redes sociais. Quando os agentes da foram cumprir o mandato, o ex-parlamentar reagiu à prisão, lançando uma granada e atirando contra a equipe da PF.

Dois policiais foram atingidos por estilhaços da granada lançada por Jefferson e tiveram ferimentos leves. O mandado de prisão só foi concluído à noite, depois de uma intensa negociação entre a PF e o ex-deputado. Além do cumprimento do mandado do STF, a PF prendeu Roberto Jefferson em flagrante por tentativa de homicídio.