Médico coage paciente a votar em Bolsonaro após trabalho de parto; veja vídeo

Obstetra filmou o momento e constrangeu mulher que ainda se recuperava da operação

13:51 | Out. 25, 2022

Por: Taynara Lima
Médico obstetra intimida mãe e pai de recém-nascido presentes na sala de operação (foto: Reprodução/Twitter)

Um médico obstetra, identificado como Allan Henrique Fernandes Rendeiro, filmou o momento em que intimidou uma paciente após o parto, na Maternidade do Povo, em Belém (PA). O vídeo, que foi divulgado nas redes sociais no último sábado, 22, mostra o médico coagindo os pais da criança a votarem no candidato Jair Bolsonaro (PL). O Conselho Regional de Medicina do Estado do Pará (CRM-PA) investigará a conduta.

Veja o vídeo:

Um médico obstetra, identificado como Allan Henrique Fernandes Rendeiro, filmou momento em que intimidou paciente após o parto, na Maternidade do Povo, em Belém (PA). O vídeo,divulgado nas redes sociais, mostra o médico coagindo os pais da criança a votar em Jair Bolsonaro (PL). pic.twitter.com/cmg5mAOx2O

— Jogo Político (@jogopolitico) October 25, 2022

Na gravação, o obstetra filma o recém-nascido e diz que a criança já nasceu “vinte e dois” - em referência ao número do candidato - e votará em Bolsonaro.

Depois disso, Rendeiro mostra o pai da criança, que veste uma roupa vermelha, oferecida aos acompanhantes pelo hospital. O médico então afirma que o homem votará no candidato Lula (PT) e chama o pai de “doido”.

“Para diferenciar o pai, eles colocam uma roupa vermelha. O doido não veio dizer que vai votar no Lula? Eu disse ‘Rapaz, tu quer que eu já vá embora e nem opere ela?’”, disse.

O obstetra também filma a mãe do bebê, que ainda se recupera do procedimento, e questiona a mulher sobre o voto no segundo turno. Com uma expressão constrangida, ela olha para o lado contrário da câmera.

“Essa daqui é a mamãe do Gael. Dia 30, ela vota? 22. Diga. Eu vou mandar para o Bolsonaro esse vídeo. Ele está agora em uma live especial", falou.

O vídeo foi publicado pelo médico nas redes sociais, mas removido após a repercussão negativa.

A deputada estadual eleita Lívia Duarte (Psol), de Belém, oficializou pedido de investigação do médico ao Conselho Regional de Medicina por assédio eleitoral. Pelo Twitter, a parlamentar afirmou que o profissional ameaçou diretamente a integridade da paciente.