Em ato pró-lula, André Figueiredo diz que população quis o PDT como oposição no Ceará
O presidente do PDT no Ceará participou de ato em prol da eleição do ex-presidente Lula (PT) e afirmou que Elmano de Freitas (PT) foi eleito por conta de "onda lula".
21:01 | Out. 25, 2022
O deputado federal e presidente do PDT no Ceará, André Figueiredo, afirmou que "o povo cearense" não quis o PDT no governo e sim "em uma situação de oposição", em relação ao governo do Ceará. "Apenas externo a minha minha posição pessoal de que o povo cearense não nos quis no governo, o povo cearense nos quis em uma situação de oposição".
O assunto, entretanto, ainda será objeto de discussão na instância estadual do partido e após o segundo turno. Nota emitida pelo PDT no segundo turno afirma ainda que serão ouvidos o ex-prefeito Roberto Cláudio e o ex-governador Ciro Gomes, candidatos trabalhistas a governador e presidente, respectivamente.
Ex-ministro das Comunicações (2015-2016) do governo Dilma Rousseff (PT), Figueiredo liderou ato de apoio à eleição do candidato ao terceiro mandato presidencial, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na tarde desta terça-feira, 25. Ele declarou seu voto no candidato do PT publicamente neste sábado, 22, mas frisou que a escolha é "pela democracia".
Na sede do PDT, o discurso geral foi de que o momento histórico não permite aos trabalhistas o caminho da neutralidade. Eles mencionaram os momentos em que os petistas teriam vacilado com o PDT, mas enfatizaram que o programa defendido pelo PDT tem mais afinidades do que incompatibilidades com as bandeiras do PT.
A disputa de 1989, com Leonel Brizola no palanque de Lula, adversário de Fernando Collor de Melo naquele ano, foi citada seguidas vezes. O ato foi encerrado com os versos do Hino da Independência que comumente frequentavam os discursos de Brizola: "Brava gente brasileira/ Longe vá, temor servil/ Ou ficar a pátria livre/ Ou morrer pelo Brasil."
Figueiredo também comentou sobre a vitória de Elmano de Freitas (PT) sobre Roberto Cláudio (PDT) para o governo do Ceará. “Lamentavelmente, principalmente no Nordeste, a ‘onda Lula’ levou com ele vários e vários governadores e consequentemente fez com que a nossa candidatura a governo realmente não pudesse deslanchar, apesar de reconhecidamente por todos ser a melhor candidatura”.
Segundo o presidente do partido no Ceará, o PDT se saiu bem na disputa para deputados, com 13 deputados estaduais e cinco federais eleitos. “Então, eu vejo que o PDT, no Ceará, saiu-se relativamente bem nas eleições proporcionais, mas evidentemente que todo o nosso projeto voltado a continuidade de algo que fez muito bem a Fortaleza e que poderia fazer muito bem ao ele será revisto, até porque nós, por vontade do povo cearense, não ganhamos as eleições”, afirma Figueiredo.
André Figueiredo (PDT) também comentou sobre os possíveis convites para participar do governo, mas afirmou ser “incoerente” participar, pelo menos num primeiro momento. “Seria incoerente nós participarmos do governo, pelo menos num primeiro momento, e não obstante também respeitarmos posições individuais de alguns parlamentares que, inclusive no primeiro turno já, não publicamente mas internamente, se posicionaram a favor não do nosso candidato”, diz o pedetista.
Questionado pelo O POVO sobre a cisão entre Ciro e Cid Gomes e os eventuais impactos dela nos rumos do partido, ele se negou a entrar no assunto sob alegação de que são questões que envolvem somente os dois.
Deputada estadual eleita, Lia Ferreira Gomes (PDT) afirmou que os irmãos devem reconstruir a relação política e pessoal, pois entende que o "amor" deve prevalecer. Para ela, outras divergências públicas existiram e eles souberam contornar.
Com informações do repórter Carlos Holanda