Entidades ligadas à PF repudiam ataque de Jefferson à PF: "Inaceitável"

Ex-deputado atacou com tiros de fuzil e granadas que cumpriam mandado

Entidades ligadas à Polícia Federal (PF) repudiaram a reação de Roberto Jefferson (PTB) durante este domingo, 23, que atacou agentes de segurança que cumpriam a ordem judicial com tiros de fuzil e granadas, deixando dois profissionais feridos. O ex-deputado, que é aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL), se entregou depois oito horas de descumprimento da determinação do Supremo Tribunal Federal (STF).

Conforme o G1, associações ligadas aos agentes de segurança classificaram o episódio como "inaceitável", "absurdo atentado" e que a ação merecia "rigorosa punição". O político foi detido por violar as medidas de prisão domiciliar e, além disso, preso em flagrante por acusação de tentativa de homicídio.

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"A ADPF estima pela pronta recuperação dos policiais federais vítimas desse absurdo atentado. Os Delegados Federais vão acompanhar vigilantes o desdobramento dos fatos e exigirão uma rigorosa punição ao responsável pelas agressões", diz trecho de documento da Associação dos Delegados de Polícia Federal (ADPF).

A entidade, que ainda prestou solidariedade aos feridos, acrescenta que é "totalmente inaceitável qualquer tipo de violência contra policiais federais".

"A Fenapef cobrará das autoridades competentes a rigorosa apuração dos fatos até a efetiva responsabilização criminal do autor pelas múltiplas tentativas de homicídio praticadas contra os integrantes da equipe no exercício da função policia", ressaltou a Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) por meio de nota.

Seguindo posicionamento de repúdio ao ocorrido, a Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF) fala em "desrespeito inaceitável" à PF e ao Judiciário. "A Constituição e as leis brasileiras, típicas de um Estado Democrático de Direito maduro e consolidado, estabelecem a possibilidade de questionamento a decisões judiciais por meio de diversas medidas processuais. O desrespeito a esse sistema e às instituições republicanas, como a PF e o Judiciário, é inaceitável, sobretudo quando cometido com o uso de violência armada", diz.

Durante a manhã desta segunda-feira, 24, Madson Tenório, delegado federal e membro da ADPF no Ceará, concedeu entrevista ao programa O POVO no Rádio, das rádios O POVO CBN e CBN Cariri.

"A associação vai acompanhar o desenvolvimento do inquérito e acompanhar a questão do levantamento das provas e da punição do responsável pelos ataques", ressaltou o profissional.

O ex-deputado estava em Comendador Levy Gasparian, no interior do RJ, quando o mandado foi cumprido. Sobre a abordagem, o delegado ressaltou que, em operações como essa, quando o alvo é residencial como foi no caso de Jefferson, é enviada uma equipe básica. De modo geral, integram o grupo, conforme Madson, o delegado, o escrivão e dois agentes.

Sobre o vídeo que mostra conversa amistosa entre o político e um policial, após o ataque, o membro da ADPF no Ceará ressaltou que não poderia fazer uma análise mais aprofundada. "Eu não posso comentar muito sobre isso porque pode ter sido feito uma técnica de negociação, então, assim, eu não posso é tirar um juízo de valor daquilo", disse.

Entretanto, ele afirma: "O princípio básico do gerenciamento de crise é esse, é primeiro preservar a vida e fazer cumprir a lei".

Veja a entrevista completa:

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