Cristãos realizam ato em Fortaleza para rebater fake news contra Lula
Evento contou com lideranças religiosas e políticas do Estado
14:56 | Out. 21, 2022
Um grupo de padres, pastores e lideranças religiosas ligadas a pastorais sociais de Fortaleza esteve reunido durante a manhã desta sexta-feira, 21, no Marina Park Hotel, em ato de apoio à candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), da democracia brasileira e da liberdade do voto cristão.
O ponto central do evento fundamenta-se na avaliação de que o petista, durante suas duas gestões à frente da Presidência, fortaleceu a liberdade religiosa, e de que o seu o plano de governo para as eleições deste ano incorporam o combate às desigualdades sociais, a fome, a miséria e o desemprego e, por isso, chega mais próximo dos verdadeiros ensinamentos cristãos.
"O evento surgiu a partir de certo inconformismo de um grupo de amigos com o uso eleitoral exacerbado da fé. A fé está nesse ambiente e vai estar em um ambiente político. A partir de uma rede de mentiras, de um certo até abuso de poder religioso, se exagerou com essa temática da política invadindo as igrejas", destacou Josivaldo Delfino, católico e advogado, um dos coordenadores do evento.
A solenidade em prol da candidatura de Lula, que disputa o segundo turno contra o chefe do Executivo Jair Bolsonaro (PL), teve as presenças de Elmano de Freitas (PT), Augusta Brito (PT), deputada e primeira suplente do senador eleito Camilo Santana (PT), além de outros políticos do Estado.
Durante o encontro, o governador eleito destacou a importância da fé para os brasileiros. "Quando defendemos a liberdade de culto e o respeito a todas as manifestações religiosas, estamos, por meio da política, garantindo que todos possam exercer sua crença livremente como prega a nossa Constituição. É isso que nós defendemos para o Ceará e o que o presidente Lula defende para o Brasil", destacou o petista.
Elmano ainda desaprovou que o ex-presidente seja alvo de fake news sobre pautas religiosas nas eleições. "É lamentável que algumas pessoas que se dizem religiosas propaguem inverdades a qual têm consciência. O Brasil precisa de um presidente comprometido com a paz e a reconciliação nacional fundada no amor ao próximo", acrescentou.
A ação contou com articulação também do Movimento Igreja em Saída, assim como da Frente Evangélica pelo Estado de Direito no Ceará, que teve como representante Edna Teixeira.
A advogada, que é integrante da Igreja Batista, avalia como "lamentável" a exploração do voto religioso na campanha presidencial. "Eu acho que como o nosso país é laico, é um equívoco o presidente utilizar da fé alheia para um projeto de poder, manipulando as pessoas mais vulneráveis", ressaltou.
Ela conta que a frente evangélica da qual faz parte surgiu em 2013, na época em que eram realizados movimentos contrários à então presidente Dilma Rousseff (PT). "Nós acreditamos que os projetos petistas têm sido o melhor para o Brasil porque teve pleno emprego, ele respeitou a igreja, respeitou os credos, as fés, as escolhas das pessoas e, por isso, nós confiamos nele", disse.
Presente à solenidade, o deputado estadual eleito Missias do MST disse que o momento atual é "delicado", principalmente quando se fala em política e religião. "Pensar em um País, pensar um Ceará melhor para todos nós, principalmente para classe trabalhadora, para aqueles que mais precisam", avaliou sobre motivação do evento.
Um dos intuito da solenidade era desmentir acusações de líderes religiosos ligados a Bolsonaro, de que o petista fecharias as igrejas ou seria favorável ao aborto, pautas rejeitadas pelos cristãos. Renato Roseno (Psol) classificou como um desafio para a imprensa, tecnologia e direito, na "democracia contemporânea", contestar essas afirmações falsas. "Dos milhões de fake news que fizeram contra o presidente Lula, um dos mais covardes foi aquele que manipulava o sentimento religioso", avaliou.
"Me parece surreal que uma eleição seja decidida por motivações religiosas", disse Padre Lino Allegri, que também esteve no evento. Em 2021, ele foi hostilizado por um grupo de apoiadores de Bolsonaro após manifestar críticas ao chefe do Executivo nacional e lembrar das mais de 500 mil mortes por Covid-19 no Brasil, na época.
Durante o encontro, ele acrescentou que a religião não pode ser "instrumentalizada" para fins políticos.
Colaborou Davi Lima/Especial para O POVO
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