TSE confirma investigação sobre rede de desinformação ligada a Carlos Bolsonaro

A conduta imputada seria a criação de um "ecossistema de desinformação" em torno de Carlos Bolsonaro em várias redes sociais para prejudicar Lula (PT)

O Plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmou nesta quinta-feira, 20, a abertura de investigação contra uma suposta rede de desinformação que teria como “ponto central” o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos), filho 03 do presidente Jair Bolsonaro (PL).

No começo da semana, o corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro Benedito Gonçalves, já tinha decidido pela investigação e intimação do vereador para prestar esclarecimentos sobre a utilização político-eleitoral de seus perfis nas redes sociais.

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A abertura da investigação aconteceu a pedido da coligação do candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que denunciava uso indevido das redes sociais e abuso de poder político para influenciar o processo eleitoral. A confirmação da investigação foi referendada por 6 dos 7 ministros do tribunal.

O único ministro a votar contra foi Carlos Horbach, defendendo que o pedido do PT seria uma narrativa com uma série de "conjecturas e suposições” amparadas por uma análise unilateral.

A decisão menciona a investigação do presidente Jair Bolsonaro, e seus apoiadores como o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do presidente, o deputado eleito Nikolas Ferreira (PL) e a deputada Carla Zambelli (PL-SP), além de Carlos Bolsonaro. O vereador é citado como figura central do esquema, contando com 2,7 milhões de seguidores e possuindo o maior nível de interação entre os perfis investigados, aproximadamente 40.

“O material apresentado, que confere densidade a fatos públicos e notórios relativos à atuação nas redes de Carlos Bolsonaro e diversos apoiadores do atual Presidente, fornece indícios de uma atuação concertada para a difusão massificada e veloz de desinformação, que tem como principal alvo o candidato Luiz Inácio Lula da Silva”, diz a decisão.

Além de publicar, Carlos Bolsonaro mantém canal no Telegram com 110 mil inscritos, utilizando-o como “repositório de determinadas publicações feitas por ele no Twitter e, de forma recorrente, desinformações conhecidas desta Corte Eleitoral", diz o texto. Segundo TSE, os vídeos podem ser facilmente pesquisados por quaisquer dos assinantes, descumprindo decisões do TSE para que conteúdos fossem removidos.

A conduta imputada seria a criação de um “ecossistema de desinformação" em torno de Carlos Bolsonaro em várias redes sociais, para” produzir, veicular, financiar e estimular o compartilhamento de conteúdos desinformativos”. A mobilização seria contra o candidato Luiz Inácio Lula da Silva e, com isso, beneficiaria a campanha de Bolsonaro.

O ministro determinou, além da investigação, que as plataformas Google, Twitter e YouTube informem todos os dados para identificação de diversos perfis e inexistindo os dados, excluam os perfis, em virtude do anonimato.

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