Empresária deve se desculpar por pedir para não contratarem nordestinos caso votem no Lula

A empresária catarinense chamou nordestinos de "desgraçados que passam fome e vêm aqui (em Santa Catarina) vender rede na praia"

Jacira Paula Revers Chiamenti, sócia da empresa Contasul Contabilidade, em Santa Catarina, deverá publicar vídeo se desculpando aos nordestinos, que chamou de "desgraçados que passam fome e vêm aqui (em Santa Catarina) vender rede na praia".

"Porque o que mais tem é carteira que a gente assina nas empresas desses desgraçados, desses nordestinos que lá passam fome e vêm aqui vender rede na praia, pedir emprego de servente de pedreiro e ficar dormindo na frente dos nossos estabelecimentos. Se eles escolherem o Lula, eles ficarão no estado deles".

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A sócia assinou o documento, na terça-feira, 18, que firmou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público do Trabalho de Santa Catarina (MPT-SC) após divulgar um vídeo, no qual desaconselha clientes a contratarem nordestinos eleitores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o que configura assédio eleitoral.

De acordo com o termo, a sócia precisa fazer o vídeo e publicá-lo em suas redes sociais. Ela ainda deve informar que assédio eleitoral é crime e, os funcionários que se sintam coagidos a votar em determinado candidato, devem denunciar o caso ao MPT.

Além do vídeo, a empresária se comprometeu a não influenciar o voto de pessoas que procurem a empresa dela e de não demitir ou contratar funcionários de acordo com a posição política deles. A multa é de R$ 40 mil para cada item que não for cumprido.

A indenização por dano moral coletivo é de R$ 25 mil e, segundo o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), R$ 16.208 do valor deve ser encaminhado para campanha de conscientização a empregadas, que deverá ser veiculada em rádios da região de Itapema, em Santa Catarina, entre os dias 24 e 28 de outubro. A sócia deverá pagar R$ 1 mil de multa por dia de atraso no pagamento.

Os outros R$ 8.792 devem ser destinados a uma instituição de caridade escolhida pelo MPT. A fiscalização do cumprimento do TAC será feita pelo próprio Ministério Público do Trabalho.

Outros casos de assédio eleitoral também já foram noticiados no Sul do Brasil. Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná somam 212 denúncias de assédio eleitoral, informou o MPT.

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