Aldigueri projeta união do PDT como base de Elmano e nega saída de Cid do partido
A liderança de Cid, que tem tentando unificar o partido para uma aliança com o PT, também afastaria os rumores de uma possível desfiliação do senador do partido
21:02 | Out. 19, 2022
Um dos deputados abertamente apoiadores da aliança entre do PDT e PT, Romeu Aldigueri (PDT) defendeu, nesta quarta-feira, 19, uma união total do partido para a retomada da aproximação com o PT. O clima de desconforto que afetaria a legenda e as relações com os petistas, segundo ele, seria uma "divergência momentânea”. O parlamentar ressalta que o partido vai trabalhar para “pensar além”.
A indefinição sobre o apoio do PDT à gestão de Elmano de Freitas (PT) para o deputado é uma certeza. “As urnas falaram e mostraram que a população quer que esse programa de governo continue e o PDT é parte disso, tivemos oito anos com Cid Gomes, oito anos com Camilo Santana. Tivemos essa divergência momentânea e tenho certeza que nós temos que pensar para frente, temos que pensar além”, disse.
A retomada de uma união entre os partidos, aliados por mais de 16 anos, seria um trabalho conjunto de Elmano, do senador eleito Camilo Santana (PT) e do senador Cid Gomes (PDT), que teve mobilização destacada por Aldigueri. Com a sinalização de Elmano, os partidos devem “sentar à mesa".
“Eu tenho certeza que o PDT conversará após o segundo turno, estamos apoiando (o partido) Lula e projeto político não é só do PDT e do PT, mas do Estado do Ceará que foi construído nos últimos anos”, ressaltou.
O apoio da maior bancada da Assembleia Legislativa é certo também para Elmano. Poucos dias após a eleição, em entrevista à Rádio O POVO CBN, ele disse não “ter nenhuma dúvida” de que os 13 deputados estaduais eleitos pelo PDT irão fazer parte da base aliada.
“Nós não temos nenhuma dúvida de que a bancada do PDT integrará a base aliada do nosso governo. Eu conheço esses parlamentares, sei de deputados que apoiaram o Roberto e são meus amigos, tivemos uma convivência”, disse o petista na época.
A tese é defendida pelo deputado federal José Guimarães (PT), lembrando que grande parte da bancada do PDT apoiou o Elmano, já no 1º turno. “Nós vamos governar o Estado com uma correlação de forças” disse em entrevista na semana passada.
Os desconfortos girariam em torno da candidatura do ex-prefeito Roberto Cláudio (PDT), que dividiu o posicionamento dos deputados do PDT e até de lideranças como Cid. O senador justificou inclusive sua ausência de campanhas do Governo do Estado no primeiro turno das eleições "para respeitar a decisão" do irmão Ciro Gomes (PDT), fiador da escolha de Roberto Cláudio.
Ligado a Camilo Santana, o deputado Osmar Baquit (PDT) disse na terça-feira, 18, ao colunista do O POVO Carlos Mazza, que o PDT “está trincado e não se junta mais” no Ceará.
Ele acusou dirigentes pedetistas de fazerem “teatro” para esconder “diferenças incontornáveis” no Estado. O também deputado Sérgio Aguiar (PDT) também foi perguntado sobre o "clima" no partido, mas não quis falar sobre a questão.
A liderança de Cid, que tem tentando unificar o partido para uma aliança com o PT, também afastaria os rumores, que Romeu chamou de “tudo especulação”, de uma possível desfiliação do senador do partido. Ele destaca a reunião que Cid promoveu em seu gabinete com deputados, prefeitos e lideranças do PDT para o apoio a Lula no segundo turno da disputa presidencial.
No encontro, Aldigueri confirma a presença de outro irmão Ferreira Gomes, Ivo, prefeito de Sobral. No primeiro turno, Ciro Gomes foi candidato à Presidência.
"Houve uma reunião capitaneada por um dos nossos grandes líderes, senador Cid Gomes, para que todos apoiassem e vestissem a camisa”, pontuou. O deputado aponta que “quase todos” os parlamentares estiveram no encontro e não manifestaram posicionamento contrário.
“Quase todos os deputados estiveram presentes, eu não vi nenhuma fala de colega contrário a isso e nenhum colega apoiando o outro candidato. Os que não estão apoiando explicitamente, o partido está apoiando”, disse.