Oposição a Elmano, Acilon Gonçalves diz esperar "relação institucional" com o próximo Governo

Presidente do Partido Liberal (PL) no Ceará, o prefeito de Eusébio, Acilon Gonçalves, afirmou que espera construir uma relação de “caráter institucional” com o próximo governador, Elmano de Freitas (PT), a quem fez oposição nas últimas eleições para o Governo do Estado.

“Eu sempre prezo pelo respeito às instituições, às situações políticas. Então, uma vitória do PT para o Governo não tira o caráter institucional de relacionamento entre Estado e Município”, disse o prefeito em entrevista ao O POVO nesta terça-feira, 18.

Na corrida ao Palácio da Abolição, Gonçalves fez campanha para o deputado federal Capitão Wagner (União Brasil), que obteve a maioria de votos em Eusébio, embora derrotado por Elmano no primeiro turno das eleições.

O prefeito também se posiciona em campo oposto ao do governador eleito na eleição nacional. Como presidente estadual do partido de Jair Bolsonaro (PL), Gonçalves é um dos principais porta-vozes da campanha do presidente no Ceará. Elmano, na contramão, coordena a campanha local do ex-presidente Lula (PT), juntamente com o senador eleito Camilo Santana (PT).

O prefeito avalia que o distanciamento político com o futuro governador tende a ser um obstáculo na liberação de eventuais recursos extras do Governo do Estado às prefeituras. Apesar disso, ele projeta que não haverá seletividade em relação a programas e convênios executados de forma conjunta entre municípios e Estado.

“É claro que só virá para os municípios de oposição o que for institucionalmente obrigatório, que são os programas, os convênios, e isso, com certeza, não será prejudicado em nenhum município”, pontuou.

“É essa relação institucional de muito respeito às urnas que nós teremos a partir de janeiro com o governador, para que os programas que envolvam o Estado sejam devidamente equacionados e continuados no nosso município”, completou o prefeito.

A entrevista com Acilon Gonçalves foi realizada na sala de reuniões do comitê central de Bolsonaro em Eusébio, antes do prefeito se reunir com militantes. No primeiro turno, o presidente obteve 38,30% dos votos válidos no município, contra 53,06% de Lula.

Gonçalves revelou que, neste 2º turno, a meta é ampliar a votação de Bolsonaro para, no mínimo, 50%. Ele também calcula que o presidente pode sair vitorioso das urnas em pelo menos 15 municípios, coisa que não ocorreu no pleito do dia 2 de outubro, quando Lula alcançou maioria de votos nas 184 cidades cearenses.