Acilon nega queda de braço com André Fernandes por comando do PL no Ceará

Dirigente disse que mantém relação harmônica com ala mais bolsonarista do partido, incluindo o deputado federal eleito André Fernandes

22:33 | Out. 18, 2022

Por: Luciano Cesário
Acilon Gonçalves e André Fernandes (foto: Samuel Setubal e Aurélio Alves/ O POVO)

O presidente do Partido Liberal no Ceará (PL), Acilon Gonçalves, também prefeito de Eusébio, negou a existência de uma suposta disputa interna com o deputado federal eleito André Fernandes (PL) pelo comando do partido no Estado.

Questionado pelo O POVO sobre o assunto, Acilon respondeu: “Nunca nós estivemos tão alinhados como agora. Essa história foi criada por alguém que quer criar dificuldade para o presidente Bolsonaro no Ceará”.

Segundo o dirigente, o clima dentro do partido é de união pela reeleição de Bolsonaro. Ele destacou que os principais quadros da legenda no Ceará estão empenhados em aumentar a votação do presidente no Estado neste segundo turno.

“Hoje nós estamos alinhados, eu, André [Fernandes], Carmelo [Neto], Mayra [Pinheiro], Júnior Mano, Yuri [do Paredão], [Dr.] Jaziel, todos nós temos um único objetivo: crescer o número de votos do presidente Bolsonaro, diminuir a diferença e, quem sabe até ultrapassar [Lula]… que aí já é um sonho”, afirmou.

No primeiro turno, Bolsonaro obteve 25,38% dos votos válidos no Ceará, menos da metade da votação de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que alcançou 65,91%.

Perguntado se há chances de reversão do quadro no segundo turno, Acilon foi cauteloso: “No Ceará, é muito difícil. Mas, no Brasil, é quase certa uma virada”. Na votação nacional, Lula ficou com 48,43% contra 43,20% do atual presidente.

No comando do PL cearense desde janeiro de 2019, Acilon Gonçalves enfrentou uma queda de braço com André Fernandes pelo controle do partido no começo deste ano, após a filiação do presidente Jair Bolsonaro.

O deputado chegou a anunciar em entrevista ao Jogo Político que Gonçalves seria destituído da presidência do partido em função da aliança histórica do prefeito com o grupo político dos Ferreira Gomes. 

O impasse foi resolvido em fevereiro último pelo presidente nacional da sigla, Valdemar da Costa Neto, que renovou o mandato de Acilon até fevereiro de 2024. À época, Fernandes afirmou que a manutenção de Acilon no comando da legenda foi condicionada ao apoio do prefeito à reeleição de Bolsonaro. 

No Ceará, dez municípios são administrados por prefeitos filiados ao PL. Destes, porém, apenas três fazem campanha para Bolsonaro. Além de Acilon, em Eusébio, o presidente é apoiado por Bruno Gonçalves, em Aquiraz, filho de Acilon, e por Giordanna Mano, em Nova Russas.