João Amoêdo declara voto em Lula: "Dia 30, farei algo que nunca imaginei"

Para o fundador e candidato à presidência pelo partido Novo em 2018, Bolsonaro representa "um risco substancialmente maior"

Fundador do partido Novo e candidato à presidência pela sigla em 2018, João Amoêdo (Novo) irá votar no presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O político revelou a intenção de voto para o jornal Folha de São Paulo em texto publicado neste sábado, 15.

“No dia 30, farei algo que nunca imaginei. Contra a reeleição de Jair Bolsonaro, pela primeira vez na vida, digitarei o 13. Apertar o botão 'Confirma' será uma tarefa dificílima. Mas vou me lembrar do presidente que debochava das vítimas na pandemia, enquanto milhares de famílias choravam a perda de seus entes queridos”, disse Amoêdo.

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Em 2018, Amoêdo conquistou 2,5% dos votos e terminou em quinto lugar. No segundo turno disputado entre Jair Bolsonaro (até então no PSC) e Fernando Haddad (PT), o político apoiou Bolsonaro. Segundo ele, a atual escolha pelo petista se justifica em um contexto inevitável de Bolsonaro ou Lula na presidência no próximo ano.

“Os fatos, a história recente e o resultado do 1º turno, que fortaleceram a base de apoio de Bolsonaro, me levam à conclusão de que o atual presidente apresenta um risco substancialmente maior”, justificou.

João Amoêdo e as críticas a Bolsonaro

Nas redes sociais, João Amoêdo frequentemente se posiciona contra o atual presidente. Em uma delas, no Instagram, divulgou em seu perfil um abaixo assinado em prol do impeachment de Bolsonaro, com quase 400 mil assinaturas, ao lado do hastag “fora Bolsonaro”. Para ele, o Brasil passou por um “regresso institucional” estimulado por Jair Bolsonaro (PL) .

“A paixão e o ódio dominaram o debate político, levando a polarização a níveis inaceitáveis. A independência dos Poderes foi comprometida. O Legislativo foi cooptado pelo orçamento secreto e as emendas parlamentares. O Supremo Tribunal Federal se tornou alvo de ataques frequentes por parte do presidente e seus aliados. O combate à corrupção foi extinto com a narrativa mentirosa de que ela acabou e com o desmonte da Lava Jato”, sustenta.

Áreas como educação, meio ambiente, ciência, cultura e responsabilidade social foram criticadas como “legado desastroso” do presidente. Segundo Amoêdo, “Bolsonaro confirmou ser não apenas um péssimo gestor, como já prevíamos, mas também uma pessoa sem compaixão com o próximo. Ele é incapaz de dialogar, de assumir suas responsabilidades e não tem compromisso com a verdade. É um governante autocrático que se coloca acima das instituições”, escreveu na declaração de voto.

João Amoêdo e o voto crítico

Desde que fundou o partido Novo, em 2011, Amoêdo criticou publicamente as gestões petistas. Segundo ele, apesar do voto em Lula, manterá a oposição a qualquer candidato que seja eleito.

“Nem Lula nem Bolsonaro merecem meu voto. Serei oposição a qualquer um dos dois. Porém, e infelizmente, a escolha que agora se apresenta na urna não é sobre os rumos que desejo para o Brasil, mas só a possibilidade de limitar danos adicionais ao nosso direito como cidadão. E é só isso que espero manter com essa eleição: o direito de ser oposição. Com eleições regulares, reeleição limitada, instituições minimamente independentes, imprensa livre e segurança para expor minhas ideias. Nada disso está garantido com as duas opções", avalia João.

“Em relação ao PT e a Lula, continuo com as mesmas críticas e enormes restrições. Como esquecer o mensalão, o petrolão, a recessão de 2015 e 2016, as pedaladas fiscais, o apoio a ditaduras? Discordo integralmente das ideias e dos métodos. A incapacidade de assumir erros é a garantia de erros futuros. Nunca tive dúvida. Nem Lula nem Bolsonaro merecem meu voto", 

João Amoêdo e as dissidências internas

Governador reeleito por Minas Gerais com 56,59% dos votos, o único governador do partido, Romeu Zema (Novo), está apoiando Bolsonaro no segundo turno das eleições presidenciais. Já o candidato do partido no primeiro turno do partido, Felipe D'Ávila (Novo), já havia declarado neutralidade por considerar ambos “populistas”. Neutro, o partido Novo liberou filiados para apoiar qualquer um dos candidatos.

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