Em Fortaleza, Bolsonaro faz apelo ao voto religioso em comício
Presidente participou de evento de campanha no Conjunto Ceará ao lado de apoiadoresDurante comício na tarde deste sábado, 15, no Conjunto Ceará, o presidente Jair Bolsonaro (PL) acenou para uma das suas principais bases eleitorais: os religiosos. O chefe do Executivo pediu para cristãos falarem de política" durante o segundo turno das eleições, na qual ele disputa com Luiz Inácio Lula da Silva (PT). "Aos cristãos, vamos falar de política hoje para amanhã continuarmos falando do nosso Deus".
O mandatário pediu para que seus eleitores mantivessem "o voto de confiança" que foi dado na votação que ocorreu em 2 de outubro. Entretanto, ele pediu que os apoiadores tentassem virar votos dos indecisos ou daqueles que escolheram o adversário petista.
É + que streaming. É arte, cultura e história.
Bolsonaro iniciou o evento repercutindo, a exemplo do que fez durante a coletiva à imprensa no Aeroporto Internacional Pinto Martins, as recentes declarações sobre o Nordeste, que lhe renderam críticas. "O PT diz que eu não gosto de nordestino, eu sou apaixonado por uma filha de cearense. A minha filha tem sangue de cabra da peste nas veias", disse.
Durante o discurso, o presidente destacou medidas aplicadas pelo governo, como o Auxílio Brasil. Ele voltou a repetir que o PT, a quem chamou de "partido das trevas", votou contra o benefício, o que não é verdade.
Bolsonaro falou sobre pautas já abordadas durante a coletiva. Ele criticou medidas de isolamento social, adotadas por estados e municípios como medida de enfrentamento a Covid-19.
Durante o evento, os apoiadores do presidente entoavam cânticos contra o rival petista. "Lula, ladrão, seu lugar é na prisão", diziam. As palavras eram acompanhadas de críticas do presidente ao candidato do PT: "Há uma diferença enorme entre nós, de vez em quando eu falo algum palavrão, mas não sou ladrão", disse, enquanto recebia aplausos de seus eleitores.
O evento faz parte de uma série de atividades do presidenciável no Nordeste, em busca de diminuir a distância entre ele e Lula, que obteve quase 13 milhões de votos a mais que Bolsonaro. No primeiro turno, o atual chefe do Executivo obteve a preferência de apenas 25,38% (1.377.827 votos) do eleitorado, contra 65,91% (3.578.355 votos) do petista.
O petista venceu nas nove unidades federativas da região e obteve uma diferença de quase 13 milhões de votos diante de Bolsonaro. O ex-presidente foi escolhido por 21.691.381 eleitores, enquanto o atual chefe do executivo recebeu a preferência de 8.775.702 votantes.
Mais cedo, ele já havia culpado o Partido dos Trabalhadores pela baixa votação no Ceará. "Muita desinformação praticada pelo PT, muita mentira. 'Não gosta de nordestino', 'não gosta de negro', 'vai acabar o Bolsa Família', 'vai aumentar o preço da gasolina', o tempo todo assim. Muita gente acredita nisso", disse.
Próximo ao fim do seu discurso, o presidente citou a suspensão do piso nacional da enfermagem por Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), a qual o chefe do Executivo chamou de "ministro do PT". "Estamos trabalhando para que esse direito seja reestabelecido", ressaltou o político.
Realizada em setembro, a decisão atendeu um pedido feito pela Confederação Nacional da Saúde, Hospitais, Estabelecimentos e Serviços (CONSaúde). O magistrado solicitou que o setor público e a iniciativa privada prestem esclarecimentos sobre a pauta, principalmente no que diz respeito a impactos econômicos.