Em Fortaleza, Bolsonaro nega que tenha feito críticas ao Nordeste
Ele seguiu fazendo críticas às gestões petistas em estados da regiãoO presidente Jair Bolsonaro (PL) chegou a Fortaleza neste sábado, 15, e falou aos jornalistas, no Aeroporto Internacional Pinto Martins. Ele comentou a recente declaração sobre analfabetismo nos estados nordestinos e negou que fosse uma crítica à região. Bolsonaro disse que o adversário na campanha presidencial no segundo turno, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foi mais votado em nove dos dez estados com maior analfabetismo, que ficam no Nordeste.
Durante a fala, ele associou a votação do petista, que teve vantagem de quase 13 milhões de votos no local, à situação educacional, relacionada a governos petistas. Ação gerou uma série de críticas de políticos cearense como a governadora Izolda Cela (sem partido), o senador eleito Camilo Santana (PT) e Elmano de Freitas (PT). Bolsonaro disse que o tempo de alfabetização das crianças foi reduzido no governo dele.
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"Quando se fala, por exemplo, em analfabetismo, quiseram colocar em mim como se tivesse criticando o povo nordestino. A pesquisa sobre as regiões mais votadas pela esquerda não foi realizada por mim", ressaltou. Na sequência, ele afirmou que quando o País era administrado pelo partido de Lula, uma criança levava ao menos "três anos" para se alfabetizar. No entanto, na sua administração, esse período diminuiu para "seis meses". O político não informou a fonte dos dados.
Ele seguiu fazendo críticas às gestões petistas em estados nordestinos. "O PT administrou por 20 anos, se eles fossem tão bons assim, isso aqui tinha que ser uma Suíça", disse.
Bolsonaro voltou a falar da pandemia e lamentou que o Ceará, como outros estados, tenha adotado medidas de isolamento social para conter o avanço da Covid-19. "Eu fui o único chefe de Estado do mundo que foi contra isso. Falei que tínhamos que cuidar dos idosos e quem tinha comorbidade, mas o resto tinha que trabalhar, que o vírus não iria embora", disse.
Na sequência, ele direcionou críticas a profissionais da comunicação. "Vocês, grande parte da imprensa, me massacraram". Ele se referia a críticas pelas medidas adotadas por seu governo para enfretamento ao coronavírus.
Na coletiva, o político voltou a ressaltar que a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, é filha de cearense de Crateús. Negou também que seja racista e disse que arriscou a vida, em 1978, para salvar um negro que estava se afogando.
Comício no Conjunto Ceará
Bolsonaro deu início as atividades no aeroporto, e segue pela Capital, onde participa de comício no Polo de Lazer do bairro Conjunto Ceará. O horário para início das atividades está previsto às 14 horas.
O presidente foi recebido pelo deputado federal eleito André Fernandes (PL), o deputado federal Capitão Wagner (União Brasil), a deputada federal eleita Dayany Bittencourt (União Brasil), o deputado federal reeleito Moses Rodrigues (União Brasil) e o pai dele, deputado estadual eleito Oscar Rodrigues, os também deputados estaduais eleitos e atuais vereadores Carmelo Neto (PL) e Sargento Reginauro (União Brasil), o prefeito de Eusébio e presidente do PL no Ceará, Acilon Gonçalves, o vereador Ronaldo Martins (Republicanos) e o deputado estadual Delegado Cavalcante (PL).
Assista à entrevista completa:
No Ceará, Lula obteve 65,91% (3.578.355) dos votos, diante de 25,38% (1.377.827) de Bolsonaro no primeiro turno.
Na última sexta-feira, 14, a primeira dama Michelle Bolsonaro e a senadora eleita Damares Alves (republicanos) realizaram ato em Fortaleza. Durante o encontro, ambas falaram em uma "virada" pró-Bolsonaro no Estado.