Bolsonaro associa baixa votação no Ceará a "desinformação praticada pelo PT"

O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que o baixo desempenho eleitoral no Ceará ocorreu por causa de "mentiras" que teriam sido contadas pelo PT, partido de Luiz Inácio Lula da Silva, o rival no segundo turno das eleições de 2022. Na votação que do último domingo, 2, o atual chefe do Executivo obteve a preferência de 25,38% (1.377.827 votos) do eleitorado, contra 65,91% (3.578.355 votos) do petista.

"Muita desinformação praticada pelo PT, muita mentira. 'Não gosta de nordestino', 'não gosta de negro', 'vai acabar o Bolsa Família', 'vai aumentar o preço da gasolina', o tempo todo assim. Muita gente acredita nisso", disse o político durante entrevista em Fortaleza, antes de participar de comício no Conjunto Ceará.

A votação cearense seguiu a linha dos demais estados nordestinos. O petista venceu nas nove unidades federativas da região e obteve uma diferença de quase 13 milhões de votos diante de Bolsonaro. O ex-presidente foi escolhido por 21.691.381 eleitores, enquanto o atual chefe do executivo recebeu a preferência de 8.775.702 votantes.

Durante suas declarações, o presidente voltou a atacar institutos de pesquisa, afirmando que os levantamentos eleitorais são "mentirosos". "Teve gente que perdeu uma eleição porque teve gente que investiu em outro (candidato), porque a pesquisa para aquele cara estava lá em baixo", disse.

O presidente também desaprovou a decisão de Alexandre de Moraes, presidente do Supremo Tribunal Eleitoral (TSE). Ele suspendeu o inquérito do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e da Polícia Federal, que foi solicitado pelo Ministério da Justiça, para investigar os institutos.

No entendimento do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) apenas o TSE tem a competência para fiscalizar as organizações.

"Não pode investigar e ainda abre inquérito contra o Ministério da Justiça por abuso de autoridade. Ou seja, com toda certeza, essas pesquisas mentirosas arranjaram uns dois ou três milhões de votos para o Lula", criticou Bolsonaro.

Após a coletiva, Bolsonaro seguiu para o Polo de Lazer do bairro Conjunto Ceará, em Fortaleza, onde encerra as atividades com comício.

A agenda do mandatário ocorre ao lado de apoiadores como o deputado federal Capitão Wagner (UB), os parlamentares eleitos André Fernandes (PL), Carmelo Neto (PL), Dayany Bittencourt (UB), Sargento Reginauro (UB), além da ex-titular da secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES) Mayra Pinheiro (PL), prefeitos e vereadores.