Ciro Nogueira repudia atitude de bolsonaristas em Aparecida, mas critica mídia
O ministro Ciro Nogueira (Progressistas), da Casa Civil, reprovou a atitude de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) que hostilizaram a imprensa na última quarta-feira, 12, no entorno da Basílica de Nossa Senhora Aparecida. Segundo ele, a conduta de parte desses eleitores é "incontrolável" e se deve, segundo sua avaliação, a uma "revolta" da população contra o que ele chamou de "estelionato eleitoral" contra o chefe do Executivo.
"São coisas, às vezes, incontroláveis. Existe um sentimento de revolta muito grande do eleitorado do presidente Bolsonaro com essa tentativa de estelionato eleitoral que aconteceu no primeiro turno", afirmou, sem detalhar o que seria esse "estelionato".
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O ministro atribuiu à própria imprensa a motivação para esse tipo de episódio. "Nunca pode descambar para a violência e cercear o trabalho da imprensa, isso aí nós temos que reprovar. Agora, não vou negar que existe um sentimento de frustração e revolta com o papel de grande parte da imprensa no primeiro turno". As declarações foram feitas em entrevista ao jornal Estado de Minas.
Na quarta-feira, 12, durante visita do presidente à Basílica, apoiadores de Bolsonaro causaram tumulto e hostilizaram profissionais de imprensa. As cenas, envolvendo em especial uma equipe da TV Vanguarda, foram transmitidas ao vivo pela CNN. Na mesma ocasião, o arcebispo de Aparecida foi vaiado por bolsonaristas que ouviam a missa do lado de fora ao falar sobre "vencer o dragão do ódio e da fome". O líder religioso também afirmou que é preciso ter uma "identidade religiosa" e disse que "ou somos evangélicos ou somos católicos".
Na última semana, em meio à ofensiva bolsonarista contra institutos de pesquisa, políticos ligados ao presidente chegaram a sugerir que veículos de comunicação fossem investigados por noticiar os resultados das sondagens de intenção de voto para o primeiro turno. A maioria dos levantamentos davam vantagem ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas com margem muito maior sobre Bolsonaro do que os votos apurados no primeiro turno.
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