Sarto projeta "grande governo" de Elmano e planeja manter diálogo com gestão petista
Prefeito de Fortaleza e governador eleito estiveram em lados opostos nas eleições para o Palácio da Abolição
17:02 | Out. 14, 2022
O prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT), avalia de forma positiva as perspectivas para o futuro da gestão de Elmano de Freitas (PT) à frente do Palácio da Abolição. O pedetista indicou que pretende manter uma relação institucional, pautada pelo diálogo com o governador eleito, que assume a partir de janeiro de 2023.
"Sei que ele é um democrata e sabe muito bem quais são as relações institucionais e partidárias", disse o chefe do Executivo municipal. E acrescentou: "Além da amizade pessoal que tenho pelo Elmano, acredito que tem tudo para fazer um grande governo".
Ex-companheiros na Assembleia Legislativa do Ceará (ALCE), Sarto esteve em lado oposto ao do petista durante o primeiro turno das eleições no Estado. Isso porque seu partido lançou o ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio (PDT), após racha entre PT e PDT em âmbito estadual.
As duas siglas divergiram na formação da chapa para a disputa pelo Palácio da Abolição, uma vez que petistas defendiam que a governadora Izolda Cela (sem partido) concorresse à reeleição, mas a gestora acabou sendo preterida por RC.
Na avaliação de Sarto, o diálogo com o governador eleito é importante para viabilizar ações e recursos para a Capital. "A relação será, como não poderia deixar de ser, institucional, mostrando que Fortaleza faz parte do Estado do Ceará e mostrando que tem as suas grandes necessidades. É uma cidade que precisa ser bem cuidada, bem tratada por qualquer gestor que esteja à frente do Estado ou da Prefeitura.
As declarações do pedetista ocorreram durante a manhã desta sexta-feira, 14. O político esteve no bairro Passaré, onde realizou a entrega da requalificação da Escola Municipal Imaculada Conceição. Na ocasião, o mandatário ainda anunciou uma série de ações de valorização profissional para os professores, como, por exemplo, a disponibilização de cerca de 11 mil microfones para os docentes.
Os caminhos para o segundo turno
Passado o primeiro turno das eleições, PT e PDT buscam superar as diferenças evidenciadas na disputa estadual. Durante a semana, o ex-governador Camilo Santana (PT) disse que o fim da aliança entre as duas legendas era "página virada", mas falou em "tempo para as feridas cicatrizarem".
Nesse sentido, o senador Cid Gomes (PDT) tem atuado para atrair correligionários do partido para reatar a aliança. O ex-ministro da Educação do governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) tem duas missões. Uma delas é unificar os deputados pedetistas na ALCE para a base de Elmano. A sigla é considerada um partido-chave para o petista ter maioria na Assembleia.
A segunda tarefa é atrair prefeitos, deputados e integrantes do partido para fortalecer a campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que disputa o segundo turno das eleições presidenciais contra Jair Bolsonaro (PL).
Sobre o pleito nacional, após a cerimônia do evento desta manhã, Sarto reafirmou estar de acordo com o apoio da sua legenda ao petista. "O partido resolveu se reunir e definiu pelo apoiamento ao que, neste momento, com todas as nossas divergências, e é bom que isso fique claro, sem nenhuma barganha, desde que o Governo do agora candidato Lula absorva propostas", ressaltou.
O pedetista cita a educação em tempo integral e a quitação das dívidas dos brasileiros no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), que já atinge 67,9 milhões de pessoas, como promessas do ex-candidato Ciro Gomes (PDT) que foram abraçadas pela campanha de Lula.
No primeiro turno, Ciro acabou em quarto lugar entre os presidenciáveis, com 3% dos votos válidos. O político teve seu pior desempenho entre todas as eleições que se candidatou
Com Ciro fora do segundo turno, Carlos Lupi, presidente do PDT, anunciou apoio a Lula no dia 4 deste mês. A parceria foi firmada com as condições de serem incluídas algumas propostas no plano de governo do PT, como os projetos de renda mínima, de renegociação de dívida e da implementação de mais escolas de ensino integral.
Colaboraram Ísis Tavares e Davi Lima, especiais para O POVO
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