PSB diz que vai dialogar com Governo Elmano para "manter o desenvolvimento do Ceará"

O deputado federal e presidente do PSB no Ceará, Denis Bezerra, foi cauteloso ao falar sobre a posição do partido no governo Elmano de Freitas (PT), eleito para o comando do Palácio da Abolição. Para o parlamentar, a relação do PSB com o PT no Estado deve ser construída por meio do diálogo, mas a ideia da legenda é permanecer colaborando com o desenvolvimento estadual.

PSB e PT estiveram em lados opostos no primeiro turno, uma vez que a sigla compôs a chapa de Roberto Cláudio (PDT), terceiro colocado na disputa. Denis, entretanto, citou que os dois partidos estão juntos na seara nacional desde o começo, com Geraldo Alckmin (PSB) candidato a vice-presidente de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

"Disputamos um processo político-eleitoral em que estivemos em campos diferentes na seara estadual, mas na nacional estávamos juntos desde o primeiro turno. O PSB é um partido de diálogo e vai procurar ajudar a desenvolver o Estado do Ceará. Vamos procurar o diálogo democrático e republicano de manter o desenvolvimento do Ceará", declarou o presidente estadual do PSB.

Na avaliação de Denis, este também pode ser o caminho que o PDT vai adotar quando Elmano passar a ser o chefe do Executivo estadual. Isto porque ambas as legendas possuem histórico de parceria, mas para que os palanques voltem a ser compartilhados é preciso "tempo".

"Nesses anos em que houve a parceria entre PDT e PT, nosso estado avançou bastante. Se existem divergências, nada melhor do que a decantação do momento político e o tempo para dar aquela apaziguada, que é necessária. A partir do próximo ano teremos um cenário melhor para ser avaliado", avaliou. Este, inclusive, é o desejo do senador Cid Gomes (PDT). O parlamentar espera que a aliança de 16 anos retorne.

Em entrevista ao O POVO, o presidente do PT no Ceará Antônio Alves Filho, o Conin, revelou que buscará o diálogo com o PSB, citando que membros do partido apoiaram Elmano no primeiro turno e rememorando a eleição de 1989, quando Lula teve como postulante a vice-presidente José Paulo Bisol (PSB), fato que se repete neste ano com Alckmin.

"A nossa missão é procurar, sim, os membros do PSB. Vários membros do PSB apoiaram Elmano ainda no primeiro turno. Então, nossa intenção é procurar o diálogo com o PSB do Ceará e do Brasil", declarou o dirigente.

Foco no segundo turno

Por sua vez, o vice-prefeito de Fortaleza, Élcio Batista (PSB), pondera que a decisão de ser situação ou oposição ao governo Elmano em 2023 deve ser tomada nos próximos meses, após rodadas de discussões internas realizadas com os membros do partido.

"Precisa sentar com o partido. Qualquer decisão precisa ser primeiramente discutida no partido. Nenhum representante deve se manifestar antes de que o partido faça trabalho interno. Quero trabalhar nesse momento no segundo turno. Nosso vice presidente é do PSB. Essa é a tarefa mais importante que temos no momento", salientou.

Colaborou repórter Carlos Holanda