Guimarães diz que governo Elmano no Ceará terá "as marcas do PT"
O deputado ressaltou o peso da eleição de um petista tradicional para o comando do Governo do Estado
12:49 | Out. 14, 2022
O governo de Elmano Freitas (PT) deve ser o início de um novo ciclo político no Ceará. É o que acredita o deputado federal reeleito José Guimarães (PT). Uma das principais lideranças dentro do partido, ele acredita que a gestão de Elmano terá "forte conteúdo petista", mas saberá dialogar com outras frentes. Em entrevista ao programa O POVO no Rádio, das rádios O POVO CBN e CBN Cariri, na manhã desta sexta-feira, 14, ele ressaltou o apoio de parlamentares do PDT a Elmano no primeiro turno e a abertura de um diálogo com a bancada dos pedetistas na Assembleia Legislativa (Alece).
Guimarães ressaltou a importância da eleição de um nome tradicionalmente petista, fora da coalização antes mantida com o PDT por mais de 16 anos. Segundo ele, foi um "recado das urnas". "É um governo de aliados, mas ele terá outra características porque é um novo ciclo. Foi o recado das urnas, esse novo ciclo vai procurar aliados, mas tem que ter marcas do PT", disse.
O nome de Elmano Freitas surgiu após o racha entre o PT e o PDT para a disputa do governo estadual. Os pedetistas votaram internamente preferindo a candidatura do ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (PDT), em vez de Izolda Cela (sem partido). A governadora tinha o apoio do ex-governador Camilo Santana (PT), do PT e de boa parte da aliança governista.
Na época, os petistas, defensores de Izolda, classificaram a atitude como "rompimento tácito e unilateral" e lançaram o nome de Elmano. Ele acabou sendo eleito ainda no primeiro turno, com 53,69%. Enquanto o candidato do PDT, Roberto Cláudio, teve 14,14%.
O racha entre os partidos foi, para Guimarães, um "alívio", porque ele e o partido tiveram que abdicar de posicionamentos. "Eu estou aliviado, porque, em 2016, nós tivemos que mediar muitas questões que nem sempre era o que eu queria quanto ao projeto do governador Camilo Santana. Nós tivemos que ter paciência, ter sabedoria, não enfrentar os problemas que eram colocados no ponto de vista da disputa em função do governo, que era muito amplo, um governo de coalizão", ressaltou.
Mesmo assim, ele defendeu que Elmano vai governar com todos os "ajeitos políticos e economicos". "Um governo quando se elege tem que ser um governo que representa todos. É um governo petista, mas não so para atender o petismo, é pra atender as demandas as demandas centrais do estado. Isso que é importante, ter um governo amplo no ponto de vista da execução de políticas públicas dialogando com todo mundo", pontuou.
Guimarães avalia também que a boa avaliação da gestão de Camilo Santana no governo estadual e a força do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Ceará foram fundamentais para Elmano vencer o pleito. Com a eleição já garantida, o governador eleito vai buscar aliados da bancada do PDT na Assembleia. "O governo Elmano terá que construir seu núcleo político na Assembleia, as duas maiores bancas são o PDT e o PT, e são com elas que o Elmano vai governar para dar sustentação política", afirmou.
O diálogo vai atingir também o setor empresarial, segundo o deputado. "O petismo não é antagônico ao empresário ou ao econômico, eles andam juntos. Quem não lembra do sucesso do governo Lula? Foram oito anos dele e o primeiro mandato de Dilma. A experiencia de governos petistas foram muito do diálogo com o empresariado e o Elmano no Ceará não vai fugir disso", afirmou o deputado.
Segundo ele, grande parte da bancada eleita em 2022 pelo PDT apoiou o Elmano no primeiro turno. A legenda foi a vitoriosa nas eleições proporcionais, colocando treze deputados na Assembleia para o ano que vem. A federação do PT, que incluiu PCdoB e PV, elegeu nove parlamentares. "Nós vamos governar com uma correlação de forças e isso é natural", destacou o deputado federal.