Bolsonaro faz campanha ao lado de condenado e diz que Lula colocará "bandidos" em ministério

A cidade é o reduto eleitoral da família Reis. O ex-prefeito de Caxias foi lançado candidato a vice-governador do Rio de Janeiro na chapa de Castro, mas renunciou à candidatura alegando "razões pessoais". O anúncio foi feito após o ex-prefeito de Caxias ter registro da candidatura indeferido por unanimidade pela Justiça Eleitoral, o que poderia levar a eleição das urnas para os tribunais

14:08 | Out. 14, 2022

Por: Agência Estado
Bolsonaro em campanha em Duque de Caxias (foto: CARL DE SOUZA / AFP)

O presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, afirmou na manhã desta sexta-feira, 14, que, caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vença as eleições, o petista levará "brandidos" e "criminosos" para compor a nova equipe ministerial. Em discurso ao lado do ex-prefeito de Duque de Caxias Washington Reis (MDB), condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), e do governador reeleito Cláudio Castro (PL), citado em delação por suspeita de recebimento de propina, Bolsonaro disse que Lula está elegível porque recebeu ajuda de "amiguinho" do Supremo Tribunal Federal (STF).

"Quem serão os ministros de Lula? Ele não fala. Serão bandidos. Vai José Dirceu, José Genuíno, Gleisi Hoffman, Benedita da Silva e Jandira Feghali. Não podemos botar de novo no governo esses ladrões", disse Bolsonaro.

Ele afirmou ainda que Lula foi considerado elegível por um "amiguinho dele no Supremo Tribunal Federal", sem citar o nome do ministro. E que o petista saiu da cadeia, mas não foi inocentado.

"Prometeram fazer uma refinaria e não fizeram. Do outro lado, Ortega, Maduro e Kirchner não têm compromisso com a propriedade privada. Lula fala o tempo todo em desarmar o cidadão de bem. Aquele ladrão saiu da cadeia, mas não foi inocentado. Foi considerado elegível por um amiguinho dele do STF", disse Bolsonaro, citando líderes de esquerda da América Latina.

O ato de campanha de Bolsonaro ocorre dois dias após o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato do PT à Presidência, participar de um comício em Belford Roxo, cidade vizinha de Caxias, reduto eleitoral do prefeito Wagner Carneiro, presidente estadual do União Brasil fluminense.

Waguinho, como é conhecido, era disputado pela campanha de Lula e Bolsonaro. Ele chegou a participar de uma reunião com o senador Flávio Bolsonaro e sinalizar um possível apoio ao presidente. No entanto, voltou atrás e fechou com o petista.

A Baixada Fluminense é estratégica tanto para a campanha de Bolsonaro quanto para a de Lula. A região abriga 7 milhões de eleitores fluminenses, sendo a maioria evangélica. Caxias é o segundo maior colégio eleitoral do Rio de Janeiro. Bolsonaro terminou o primeiro turno das eleições à frente de Lula no município da Baixada, com cerca de 65 mil votos de vantagem (53,18% de Bolsonaro contra 40,10%, de Lula).

A cidade é o reduto eleitoral da família Reis. O ex-prefeito de Caxias foi lançado candidato a vice-governador do Rio de Janeiro na chapa de Castro, mas renunciou à candidatura alegando "razões pessoais". O anúncio foi feito após o ex-prefeito de Caxias ter registro da candidatura indeferido por unanimidade pela Justiça Eleitoral, o que poderia levar a eleição das urnas para os tribunais.

Ele foi condenado no STF por crime ambiental e loteamento irregular, quando estava à frente da prefeitura. Um recurso contra a decisão foi rejeitado pela 2ª Turma da Corte.