Damares diz que "ouviu na rua" relatos sobre abusos a crianças

Declarações de Damares tomaram grande proporção após fala dela sobre tráfico de crianças e exploração sexual infantil, durante pregação em igreja

Damares Alves, senadora eleita pelo Republicanos no Distrito Federal, afirmou que os supostos casos de violência sexual contra crianças foram ditos por moradores do Marajó e regiões de fronteira do Brasil. Ela deu a nova versão para o caso em entrevista nesta quinta-feira, 13.

A ex-ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos fez declarações, em um culto religioso em Goiânia (GO), sobre crianças que supostamente tiveram dentes arrancados para não morderem exploradores durante sexo oral. Damares Alves (Republicanos) afirmou que havia imagens de crianças de 4 anos cruzando as fronteiras com os dentes arrancados.

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A deputada federal eleita pelo PSol de São Paulo, Erika Hilton, também havia apresentado um pedido de abertura de investigação criminal contra Damares Alves. A deputada expressou que não acredita completamente em recente relato de Damares sobre supostos crimes sexuais contra crianças no Pará. Porém, afirma que, diante da gravidade das alegações, o caso merece ser investigado.

Em entrevista à Rádio Bandeirantes, nesta quinta-feira, 13, Damares disse que suas declarações sobre as crianças que supostamente tiveram dentes arrancados para exploração sexual foram ditas por moradores do Marajó e regiões de fronteira do Brasil. “Essa coisa de que as crianças, quando saem, saem dopadas e os seus dentinhos são arrancados onde elas chegam, a gente ouve nas ruas, na fronteira”.

“Na CPI, lá atrás, já se falava de que forma essas crianças são traficadas. Elas ficam dopadas por 24 horas. Elas são levadas em caixas, sacos. Todo mundo, na fronteira, fala”, disse Damares, durante a entrevista.

A ministra também falou sobre o fato das denúncias serem encaminhadas ao Ministério Público, em caráter de sigilo, justificando não ter acesso às informações sobre o caso. “Eu não tenho acesso, os dados são sigilosos. Mas nenhuma denúncia que chegou na ouvidoria deixou de ser encaminhada”, afirmou

O próprio Ministério Público Federal cobrou o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos para enviar todos os casos de denúncias recebidas, em trâmite ou não, entre os anos de 2016 e 2022, envolvendo os abusos infantis citados pela senadora eleita e e as ações do ministério feitas para combatê-las.

No Pará, o Ministério Público (MP-PA) deu um prazo de cinco dias, na quarta-feira, 12, para Damares Alves enviar todas as provas dos crimes contra menores citados no Marajó. O ministério, porém, disse que as falas da senadora eleita se embasam em inquéritos e em CPIs sobre exploração sexual infantil e pedofilia.

Na entrevista, a ministra conta que fez sua parte ao criar o programa "Abrace o Marajó", para ajudar no desenvolvimento da região, e que cabe ao Ministério Público e à Polícia investigar as denúncias.

“Quero que vocês entendam que estamos diante de um período político. O governo do Pará é extremamente contra o governo Bolsonaro. Estão tencionando esse ponto, o que me deixa triste, num período eleitoral. Vamos deixar passar a eleição, conversar sério, olho no olho, depois da eleição. Estão politizando um tema complicado. Eu não fiz isso em programa eleitoral, foi um depoimento do meu coração dentro de uma igreja, que mais uma vez vaza e vira uma politização”, criticou Damares.

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