Arcebispo de Aparecida alerta sobre "dragão do ódio e da mentira" e reforça direito ao voto

Sem citar candidatos, religioso fez o sermão da principal missa do Dia da Padroeira, celebrado por fiéis da Igreja Católica no Santuário Nacional em Aparecida (SP)

15:46 | Out. 12, 2022

Por: Filipe Pereira
O arcebispo da Arquidiocese, Dom Orlando Brandes (foto: Reprodução/TV Aparecida)

O arcebispo metropolitano de Aparecida, dom Orlando Brandes, afirmou, nesta quarta-feira, 12, ser preciso combater o "dragão do ódio", da mentira, do desemprego, da fome e da incredulidade. A fala foi reproduzida durante a homilia na principal missa do dia de Nossa Senhora Aparecida, no Santuário de Aparecida (interior de São Paulo). Sem mencionar nome de candidatos, o religioso reforçou aos fiéis a importância do voto como exercício de cidadania.

O arcebispo da Arquidiocese, Dom Orlando Brandes, falou, nesta quarta-feira, 12, da importância da democracia e do voto. Sem citar nomes, o religioso disse ser preciso combater o "dragão do ódio", da mentira, do desemprego, da fome e da incredulidade. pic.twitter.com/ujZApRDXF9

— Jogo Político (@jogopolitico) October 12, 2022

"Maria venceu o dragão. Temos muitos dragões que ela vai vencer. O dragão, que é o tentador. O dragão, que já foi vencido, a pandemia, mas temos o dragão do ódio, que faz tanto mal, e o dragão da mentira. E a mentira não é de Deus, é do maligno. E o dragão do desemprego, o dragão da fome, o dragão da incredulidade. Com Maria, vamos vencer o mal e vamos dar prioridade ao bem, à verdade e à justiça, que o povo merece, porque tem fé e ama Nossa Senhora Aparecida", disse Brandes. 

O arcebispo destacou ainda a importância de exercer a cidadania através do voto. Ele fez um comparativo com o recenseamento do Império Romano a qual a família de Jesus se submeteu.

"Inscrever-se no Império, dar cidadania a Jesus. A Sagrada Família, vivendo a cidadania, que nós vamos vivendo também votando, que é necessário exercer esse direito e poder do povo a exemplo de Maria e José em Belém se alistando no recenseamento do próprio império, disse o religioso. 

O sermão ocorreu no dia em que o presidente Jair Bolsonaro (PL) chegou ao Santuário Nacional de
Aparecida (a 180 km de SP) na tarde desta quarta, acompanhado do ex-ministro (Infraestrutura) e candidato ao Governo de São Paulo, Tarcísio de Freitas. 

Na chegada, o chefe do Planalto foi recebido com vaias e aplausos. Diante do alvoroço que tomou conta do templo religioso, o padre Eduardo Ribeiro, que conduzia a cerimônia, pediu silêncio para iniciar a missa. 

A ida do presidente ao Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, no interior paulista, visa a ampliação de eleitores que integram grupos religiosos, onde Bolsonaro costuma reunir apoiadores. Ele participa de uma oração em frente à Basílica antiga de Aparecida. 

"Não pode ser pátria armada"

Em outubro de 2021, dom Orlando afirmou que “para ser pátria amada (o Brasil) não pode ser pátria armada”. A declaração foi feita durante a missa das 9 horas, realizada no Santuário da cidade paulista. Sem citar nomes, o religioso também criticou a disseminação de notícias falsas pelo País.