Eunício chama Ciro de "linha auxiliar" de Bolsonaro: "Devia ter ido para Paris"

Emedebista também detalhou bastidores da escolha de Elmano para disputar o Governo

17:41 | Out. 05, 2022

Por: Israel Gomes
Deputado federal eleito Eunício Oliveira (MDB). (foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O deputado federal eleito Eunício Oliveira (MDB) fez críticas ao ex-ministro Ciro Gomes (PDT) e o chamou de "linha auxiliar do bolsonarismo" nesta quarta-feira, 5. Sem citar o nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o pedetista acompanhou, nesta terça-feira, 4, a decisão do seu partido ao declarar apoio ao petista na disputa do segundo turno das eleições presidenciais.

Na avaliação do emedebista, o ex-governador do Ceará não deveria ter se pronunciado. "Ele não tinha a menor condição, nesse momento, de apoiar, até porque o apoio dele passou a ser insignificante no momento em que o próprio PDT, por unanimidade, a nível nacional, apoiou", disse o político.

As declarações foram feitas durante sua participação no programa O POVO no Rádio, das rádios O POVO CBN e CBN Cariri.

"Todo mundo sabe que o Ciro foi linha auxiliar do bolsonarismo no Brasil. Quem tem dúvida disso? Quem, nas últimas semanas, nos últimos dias, gritou, mas gritou e gritou muito, com muita veemência, contra a democracia no Brasil? Foi o Ciro", declarou.

O emedebista ainda relembrou a viagem do pedetista após o primeiro turno das eleições de 2018, ano em que Bolsonaro foi eleito na disputa com o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT). "Devia ter ido para Paris, mais uma vez, porque ele não ajuda em nada, pelo contrário, ele atrapalha, porque cria um mal-estar dentro de dentro da própria relação com a sociedade", acrescentou.

Bastidores da escolha de Elmano

Durante a entrevista, Eunício ainda comentou bastidores da escolha do governador eleito Elmano de Freitas (PT) para a disputa do Palácio da Abolição nas eleições de 2022.

O emedebista contou que o petista foi escolhido por volta das 2 e 3 horas da madrugada, quando o senador eleito Camilo Santana (PT) apresentou uma lista com cinco possíveis nomes aos parceiros da coligação, como o MDB. Entre os integrantes estavam, além de Elmano, a deputada estadual eleita Larissa Gaspar (PT) e o deputado federal José Guimarães (PT).

Eunício ainda contou que a intenção era apoiar o nome de Izolda Cela (sem partido) para disputar o Governo do Ceará. Ele disse que foi surpreendido com a decisão do PDT de preterir a gestora e lançar o nome do ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio (PDT).

Ele confirmou que seria favorável à candidatura da atual chefe do Executivo cearense, mesmo que ela fosse do PDT, a qual ele disse ter "restrições", assim como de RC e Ciro. "Ela levou o Ceará a uma categoria importante na educação, que foi a escola de tempo integral, ela teve uma apreciação de sete anos e meio ao lado do Camilo", ressaltou.

Escolha da vice de Elmano

O emedebista ainda detalhou a escolha de Jade Romero (MDB), vice-governadora eleita. Ele diz que houve uma insistência para que sua esposa, Mônica, fosse a escolhida. No entanto, "preferiu pegar alguém que já militava no processo administrativo".

"A posição da Jade é uma posição importante, porque ela foi a única mulher em uma chapa majoritária no Ceará. Nós achamos que a mulher tem um papel fundamental, até porque a mulher representa a maioria do eleitorado brasileiro" disse Eunício.

Assista à entrevista completa: